Quando, às vezes, me bate uma vontade monstro de fechar esse blog, vejo que ele funciona como uma mensagem dentro de uma garrafa lançada ao mar. Porque fazer blog sem ser blogueira não é fácil. Eu não sou blogueira, daquelas que têm uma quantidade razoável de pessoas que seguem, lêem e trocam contatos, mas creio que não falo para o vácuo.
Meu objetivo, já comentei várias vezes, é falar principalmente sobre a Hipospadia, um defeito congênito no órgão sexual do menino e que tem tratamento longo, a depender do seu grau, e que é o caso do meu filho Davi. Contudo, como a vida é um círculo e em cada volta muita coisa muda, vou incluíndo outros assuntos, geralmente relacionados à infância e à maternidade, além de artesanato, que foi uma redescoberta na minha vida.
Tento não fazer uma geléia geral aqui, mas não me prendo ao assunto "hipospadia", até porque não sou médica ou especialista em nada, apenas quero dividir o que já experimentei nesses 4 anos convivendo com a hipospadia do Davi. Nesse sentido, já conheci algumas mães cujos filhos nasceram com hipospadia e creio que através desse espaço tenho ajudado, de alguma forma, essas mulheres com suas dúvidas e angústias.
A hipospadia requer paciência, como já bem falei algumas vezes. Talvez por isso não haja tantas novidades no transcorrer do crescimento da criança, principalmente depois da(s) primeira(s) cirurgia(s). Chega o momento de apenas esperar. No caso do Davi, por exemplo, esperar que ele cresça para ver se a curvatura do seu piu-piu - chamada também de chordee - vai ficar mais acentuada ou não. Esperar para ver se o seu canal da uretra vai continuar estreitando e, enquanto isso, voltar às dilatações. Esperar que ele chegue à adolescência e que o médico lhe dê alta e diga que ele, a partir de então, estará em plenas condições de ter sua vida sexual da melhor maneira possível. Esperar, enfim. E esperar não é apenas um estado de coisas, é uma lição de vida, porque lidar com o stand by é uma forma de modelarmos a ansiedade, até porque, durante esse tempo, não há muito mesmo o que fazer.
Assim como a garrafa lançada ao mar, espero que este blog alcance, de alguma forma, uma praia deserta onde haja um náufrago, para levar para ele - ou ela - alguma mensagem que seja útil e que lhe venha a ajudar de alguma forma possível.
E enquanto a garrafa continua boiando pelos oceanos, o que se tem a fazer nada mais é do que... esperar.
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