A Noite não é uma Criança!

Eu sou do tipo "matinê". Não sou muito chegada a programas que comecem após 23 horas, por exemplo. Na minha opinião, a noite foi feita para dormir, por mais óbvio que isso possa parecer. Gosto de programas que comecem e terminem durante o dia, para que eu possa chegar em casa a tempo de descansar e me encontrar com minha amada cama, essa companheira de vida.

A adolescência é o grande momento  de se experimentar e praticar "coisas de adulto", como as primeiras "baladas", que só terminam depois dos primeiros raios de luz da manhã. Até mesmo as festinhas com os colegas de escola começam depois das 22 horas.  E como não deveria ser diferente comigo, claro que também tive esse momento, afinal, faz parte de um certo "status" da chegada ao universo de "gente grande" e do distanciamento das atividades infantis. No meu caso, porém, sair à noite foi uma experiência muito passageira, pois quando em alguma festa ou baile (sou da época do baile "charm"), eu já me entediava de ficar acordada até altas horas, cheia de sono e dores nos pés. O que eu queria mesmo era sair correndo, ao encontro da minha amada cama.

Também já tive meus porres, também na adolescência, afinal, o porre é um clássico desse ritual de passagem para a fase adulta e motivo de orgulho nas rodinhas do colégio ou da vizinhança. Como minha classificação para "porre" é ficar bêbado-e-depois-vomitar, então, nas minhas contas, tive 3 porres em toda a minha vidinha e, como quem já passou por isso sabe, a ressaca, apesar de medonha, também é motivo de orgulho.

O tempo passa, a adolescência fica lá atrás - para alguns, claro -, e os filhos chegam. E aí nos damos conta de que a Teoria da Relatividade faz todo o sentido, porque a relação tempo x espaço fica muito nítida, principalmente à noite, ou melhor, durante a madrugada! Porque se tivermos que ficar acordados por conta de algum problema, ela se alonga e parece dobrar de tamanho. Porém, quando, enfim, colocamos as crianças para dormir e tudo corre tranquilamente, ela passa como um sopro!

Apesar de muitos pais não mais frequentarem a "night", nem por isso deixam de levar um baile DA madrugada, com suas crianças febris e cheias de tosse. Porque é exatamente nesse período que a respiração fica pior, o nariz fica mais entupido, a tosse fica mais acentuada e a febre insiste em não ceder. E, como eu já disse aqui, quando a situação chega ao seu limite, corremos para o pronto socorro mais próximo, que também está levando outro baile da madrugada, cheio de crianças - e adultos também, claro - se espremendo em busca de atendimento médico.

A essas alturas, não faz muita diferença se a criança está dormindo no berço (caro) ou junto com os pais, simplesmente porque ninguém dorme! A noite é sempre mais longa,  mais fria e implacável,  e depois desse porre, ela nos brinda com uma ressaca de sono quase incontrolável, dores no corpo e na cabeça e olheiras de dar inveja a qualquer urso panda. Nesse caso, não há chá de boldo que resolva.

No inverno glacial* em que estamos passando este ano, uma das únicas coisas boas é que a noite fica mais silenciosa, pois as ruas ficam quase desertas de pessoas e agitos. Mas, ainda assim, o baile da madrugada segue, sacodindo os pais e as crianças com tosses, espirros e corridas aos prontos socorros, e mostrando que de criança, a noite não tem nada!


* (por glacial leia temperatura abaixo dos 18º aqui no RJ!)


Comentários
5 Comentários

5 comentários:

  1. Sou uma felizarda, só me lembro de ter perdido noites de sono, quando o Gui tinha 5 meses e uma ameaça de bronquite. Mas depois desapareceu o problema e dormíamos abraçadinhos.

    Hummm eu nunca tomei um porre na vida... também nunca gostei de virar a noite na rua, sempre fui muito tranquilona. Só no carnaval, quando pulava em clubes rsrs Também, fui mãe aos 20 anos e de lá pra cá, não tive muito esse negócio de vida social. Só frequentava lugares e horários próprios para crianças.

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  2. Alana ainda não foi liberada para frequentar ambientes com muitas pessoas, pois as chances de um virus da gripe é grande. Mas, não acho que conhecerá a noite através de nós. Já foi a época de encarar uma madrugada inteira à 3 graus num sítio com festa RAVE.

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  3. Alê,

    RAVE????? Eu tenho comigo que quem frequenta festa rave tem um pouco de ódio de si mesmo (rsrsrs).


    Bjs.

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  4. Neth,

    Depois que os filhos vêm, a vida social passa a ser a deles, não a nossa, né.

    Bjs.

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  5. O Alê sempre foi doidão rsrsrs

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