Mães são Ridículas!

A gente sabe que depois da maternidade algumas das nossas eternas convicções já não são tão eternas assim.  A mudança não se dá só no corpo, mas também na alma, na cabeça, no coração.  Aquilo que dizíamos que jamais iríamos fazer de repente acontece com a maior naturalidade, e muitas vezes nem nos damos conta.

É inevitável, porque em algum momento a gente vai fazer aquilo que em outros tempos chamávamos de "ridículo", e eu creio que isso seja a coisa mais natural do mundo, já que o que importa é a gente curtir o momento e a nossa criança, mesmo sabendo que quando a tenebrosa adolescência  chegar a tendência materna vai tomar outras proporções.  Nossas ex-crianças, pressentindo uma possível "vergonha alheia" geralmente optarão por estabelecer uma distância razoável e segura entre elas e nós, principalmente nós, as mães.  E se alguém que aqui lê está passando por esse momento, não se esqueça: nós também já fizemos isso com nossas mães e pais.

Ao comentar sobre o ídolo teen Justin Bieber em seu blog no Yahoo, Regis Tadeu manifestou sua enorme indignação com o fato de muitas mães terem acompanhado suas filhas na saga de apresentações do guri aqui no Brasil.  Em sua opinião, os pais - e no caso, as mães - se submetem a essa situação por simples e pura culpa.  Diz ele:

Quer saber? Pais e mães que acompanham as filhas nestas "roubadas" não estão lá por serem "companheiros", mas sim por conta da culpa. É, culpa. Por causa de uma educação equivocada, de uma cada vez mais constante ausência em casa por conta de seus compromissos profissionais ou por pura negligência emocional, os pais se submetem a este verdadeiro inferno que é acompanhar suas filhas a um show do Bieber. Tudo pela culpa que sentem por não estarem presentes nos momentos que as crianças mais precisam de atenção, orientação, diálogo e, principalmente, amor. É duro encarar esta verdade, não? Eu imagino...

Ainda bem que ele só "imagina" - até porque reconhece o fato de não ser pai  - e, portanto, não sabe que muitas vezes esses "vexames" fazem parte SIM de uma convivência saudável entre pais e filhos, ou alguém vai negar que depois que teve filho não fez aquilo que achava  - e até ERA mesmo - ridículo? 

Quer um exemplo bem fresquinho? Para a festa junina da creche do Davi a diretora havia sugerido que os pais também fossem caracterizados. Sugerido, ok? Adivinha quem foi a Ú-N-I-C-A mãe que foi "caracterizada"? Pois é. E quem disse que eu paguei esse mico por culpa? Eu queria mesmo era fazer parte de todo aquele momento lúdico com meu filho, mesmo que depois eu tenha me dado conta da minha "vergonha alheia", essa nova expressão para ridículo, vexame, vergonha e derivados.

Em outro trecho, Regis Tadeu também diz:

Por conta da culpa que citei acima, mães buscam se tornar "companheiras" das filhas, permitindo que elas façam qualquer coisa — perder aulas, se alimentar de maneira porca e incompleta, não tomar banhos e até mesmo acampando junto com elas — para que realizem o sonho de respirar o mesmo ar de Bieber. Pais desesperados entram em contato com quem quer que seja para arrumar convites e credenciais para o show e para um possível acesso aos bastidores, a fim de acalmar o inferno em que suas vidas se transformaram desde que os shows do moleque foram anunciados. É duro encarar esta verdade, não? Eu imagino...

Nota-se a fertilidade imaginativa do blogueiro, não?  Ora, será que é só nessas horas que as mães se esforçam em se tornar companheiras das filhas? Será que todos os pais realmente se descabelam em atender os pedidos histéricos de suas adolescentes a fim de "acalmar-o inferno-em-que-suas-vidas-se transformaram"? Será que essa disposição em passar por essa romaria de vergonhas não é um sinal de amor, de carinho, de atenção? Veja, não estou falando de pais que, por conta mesmo da culpa, acabam abrindo mão de tudo para atender aos caprichos dos filhos, estou falando de participação, e me parece que o Regis Tadeu não sabe distinguir uma coisa da outra.

E pensando nessas coisas, eu concluí que as mães realmente são ridículas, porque existe vexame maior do que colocar os peitos para fora e amamentar, na frente de todo mundo, em qualquer lugar, sem a menor vergonha na cara?

Existe coisa mais ridícula do que chorar de saudades do filho que você vê todos os dias?

Existe vexame maior do que ficar imitando o tatibitati da criança, na frente de todo mundo, em qualquer lugar, sem a menor vergonha na cara?

Existe coisa mais ridícula do que querer guardar TODOS os trabalhinhos que a criança faz na escola?

Existe coisa mais ridícula do que colocar as fotos das crianças em todos os lugares: no papel de parede do computador e do telefone, na carteira de documentos, na porta da geladeira e - o cúmulo do ridículo - até num chaveiro?

Existe coisa mais ridícula do que colocar a risada da criança como toque do celular???

E quando alguém pergunta "como vai sua criança?" e você abre um sorriso ridículo e, com um pequeno fio de baba escorrendo no canto da boca,  começa a contar em-de-ta-lhes a última gracinha que ele fez?

Tem coisa mais ridícula do que tatuagem do nome - ou até do rosto - da criança?

Existe coisa mais ridícula do que ligar para sua criança de 35 anos de idade só para saber se ela está se alimentando direito?

E aquelas mães que acompanham suas crianças nesses shows ridículos de ídolos adolescentes que cantam músicas mais ridículas ainda? E pior, tudo isso usando adereços e camisas com o nome dos ídolos?

Enfim, existe alguma coisa mais ridícula do que ser mãe?


"Imagino" que o Regis Tadeu não tenha essas respostas, não só porque não é pai mas porque, "imagino", nunca vai ser mãe, não é mesmo? Só que eu tenho plena certeza - e não é minha imaginação - que existem milhares de mulheres que dariam todo o dinheiro do mundo para se tornarem ridículas assim, além de outras tantas, como eu, que são ridículas sim, com muito orgulho, com muito amor.





Obs.: Não cheguei ao ponto de ir de vestido de caipira na festa junina da creche, só coloquei um chapéu, fiz maria-chiquinha e me pintei.  Meu vexame, portanto, teve uma gotinha de bom senso. Mas foi uma gotinha só, ok?

Deu Certo!



O Banco Itaú faz uma distribuição de livros infantis para incentivar a leitura. Eu só acreditei depois que recebi, já que instituição financeira, neste país, pode ser qualquer coisa, menos boazinha.


Se você tiver interesse, vá nesse link:


A coleção é simples, com 3 livros, porém as histórias são bem gostosinhas, rápidas e de fácil entendimento.


Não sei se tem prazo, mas não custa nada tentar e o mais importante: é "de grátis", então, aproveite!






Não deu certo: fiz algumas leituras para o Davi antes de colocá-lo para dormir. Ele ficou mais agitado ainda, o que me forçou a mudar de horário!


Integridade é...

Compartilho com vocês o texto da blogueira pernambucana Téta Barbosa, que foi publicado no O Globo nessa semana com o título "Marchando para o Jardim da Infância".

* * * * * * * * * * * * 

Já passou o 7 de Setembro, mas o povo continua marchando. Virou moda! Teve a marcha para legalizar a maconha, a marcha contra a violência, a da liberdade, a favor das rádios comunitárias e agora, como não poderia faltar num país como o nosso, a marcha contra a corrupção!


Acho bonito essa liberdade de expressão.

Acho, inclusive, que as marchas são o ponto alto da democracia.

Mas, confesso que a marcha contra a corrupção me dá bem pouca esperança de que as coisas mudem no país.

Isso porque, a honestidade é coisa que vem de berço.

Da família, da educação e dos valores.

O cara que aceita propina numa licitação é o mesmo cara que roubava o lanche do coleguinha no recreio. O mesmo que joga lixo pela janela do carro e o mesmo que estaciona na vaga de deficiente!

Se o pirraia foi pego filando (colando, em pernambuquês) na prova de matemática na terceira série e seu pai, no lugar de deixar o menino de castigo uma semana sem playstation, ficou orgulhoso, ele vai ser corrupto. Seja ele político ou não.

Porque corrupção, minha gente, não está só na política!

Temos o costume histórico de xingar os políticos, mas não nos revoltamos quando o vizinho do oitavo andar deixa seu cachorro (cuja criação no prédio não é permitida), utilizar o elevador social (duplamente errado) e aproveitar para fazer um xixizinho ali mesmo (triplamente não autorizado).

As pessoas desrespeitam regras, ignoram leis, furam filas, driblam o Imposto de Renda, e tem coragem de marchar contra corrupção?

Talvez tenha sido justamente por isso, que só 400 pessoas compareceram a tal marcha. Das mais de três milhões que moram da Região Metropolitana do Recife, só 400 fizeram a lição de casa! Porque, né, ou se é o honesto ou não.

Pense numa coisa que não tem meio termo: é a honestidade.

Não dá pra ser 75% honesto.

As coisas mais importantes da vida (em sociedade, pelo menos) a gente aprendeu no jardim de infância. Se lá, quando eles (nosso queridos representantes do povo) não entenderam que:

- Não se deve bater no amiguinho
- Não se deve pegar o que não é seu
- Se fizer bagunça tem que arrumar
- Se pegar emprestado TEM que devolver
- Se ofender alguém DEVE pedir desculpas
- Lavar as mãos antes de comer,
não vai ser agora que a gente, marchando ou não, vai conseguir enfiar isso na cabecinha oca dos nossos políticos ladrões.

E você, frequentou o jardim de infância?

Porque se frequentou, eu sugiro que façamos uma marcha pela HONESTIDADE.

Dentro e fora de Brasília!



Concordo com muita coisa que a blogueira escreveu, porém, acho meio radical dizer que "O cara que aceita propina numa licitação é o mesmo cara que roubava o lanche do coleguinha no recreio."  Só se esse cara não foi disciplinado a tempo e corretamente! Nem sempre é assim, senão, todos os que tiveram bom comportamento não teriam se tornado ladrões ou corruptos. Não posso afirmar que a criança que teve seu lanchinho roubado tenha se tornado um adulto acima do bem e do mal.


Outra parte que também não concordo no texto é:   

As pessoas desrespeitam regras, ignoram leis, furam filas, driblam o Imposto de Renda, e tem coragem de marchar contra corrupção?

Talvez tenha sido justamente por isso, que só 400 pessoas compareceram a tal marcha. Das mais de três milhões que moram da Região Metropolitana do Recife, só 400 fizeram a lição de casa! Porque, né, ou se é o honesto ou não.

Pense numa coisa que não tem meio termo: é a honestidade.

Não dá pra ser 75% honesto.

 Não participei - ainda - de alguma dessas marchas contra a corrupção, pelo simples fato de não ter tido oportunidade (tipo, tempo, por exemplo). Mas isso não me faz ser ou ter 75% de honestidade nas minhas veias!  E, vamos falar sério, tem muito cara de pau por aí que está, sim, participando dessas marchas, porque acha que não é desonesto. Quer um exemplo? Quem abre um pacote de biscoitos no mercado e, após consumí-lo joga o pacote num canto e diz que "já está pago" se considera desonesto? Não. Pelo contrário, acha até que está praticando uma espécie de "justiça social", porque justifica seu ato a partir do comportamento reprovável de alguma autoridade.  É aquele tipo de pessoa que pensa: se "eles" fazem, por que eu não vou fazer?

Como eu já havia comentado aqui, as crianças copiam tudo que vêem em nós, pois somos espelho e nosso comportamento se reflete por toda a vida deles. A cena do biscoito tem sido constante nos mercados por aí,  então, se isso acontece às claras, num lugar público e apinhado de gente, o que a criança acha que pode fazer às escondidas? Como diz a frase da imagem acima, integridade (e honestidade) é fazer a coisa certa quando ninguém está olhando. 


Eu já me preocupo com isso, e olha que o Davi não tem nem 2 anos de idade. Por que? Você acha que ainda é cedo? Eu, não!

Mas sem neura, tá, porque o que há em nós emerge naturalmente, apesar de que nosso bom comportamento não é garantia de que tudo vai sair como planejamos. O que nos resta é esperar que nosso exemplo, aplicado, funcione.

É o preço de ter filhos, né...

Brinquedos e Crianças


O último dia 12 foi realmente o primeiro em que Davi curtiu o Dia da Criança.  Quer dizer, na verdade, ele não curtiu a data em si, já que não faz a menor ideia da diferença entre segunda e quinta-feira, janeiro ou outubro. Quer dizer, na verdade, quem curtiu bastante fui eu mesma.

Como moro na zona oeste, a Quinta da Boa Vista tem sido um local  frequentado constantemente e apesar de levar a (má) fama de "parque de suburbanos", nesse dia, como não poderia deixar de ser, estava empanturrado de crianças curtindo seus presentes, além das diversas atividades que ali aconteciam, como, por exemplo, a apresentação do Circo do Marcos Frota e distribuição de doces.

Davi ganhou de sua avó um carrinho, daqueles que têm pedais e um empurrador. Acho que esse foi o primeiro brinquedo que havia despertado um real interesse nele, porque todas as vezes que uma criança passava com um carrinho parecido, ele cismava em pular para dentro do mesmo, com ou sem a criança proprietária.

Não adianta. Criança gosta de ganhar brin-que-dos, e quando isso acontece no Dia da Criança tudo leva um toque de magia. Como o Davi ainda é muito pequeno, se distrai com qualquer coisa, e talvez por isso eu ainda não tenha sofrido com exigências na compra de brinquedos.  E sinceramente, confesso que até agora não gastei muito dinheiro com isso, visto que ele ganhou uma boa porção no aniversário (muitos parecidos, como aqueles que vêm com peças para encaixar), e também pelo fato de que, com sua mão de estivador, quebra quase tudo.

Portanto, não vejo razão para torrar uma grande fortuna em um brinquedo caríssimo que vai surtir o mesmo efeito que algum comprado pela metade - ou menos - do preço. Mesmo assim, eu sei muito bem que minha hora vai chegar, porque o preço de determinados brinquedos vai aumentando junto com o tamanho da criança.

No mais, tenho carregado algumas pedras, mas, como dizia aquele cantor, "faz parte do meu show".




Na última (e primeira) reunião da creche, o desfralde foi um dos assuntos abordados.  A partir do próximo ano, mais precisamente fevereiro, as crianças de 2 anos serão iniciadas nessa transição.

Como havia comentado aqui, a última cirurgia do Davi abriu uma fístula, e a cada mês ele tem sido sedado e levado ao centro cirúrgico para se submeter a uma dilatação, procedimento que se estenderá até após fevereiro. Ou seja, Davi não poderá ser "desfraldado" tão cedo.

E meu coração está do tamanho de um grão de mostarda.....


O Horário de Verão começará no próximo sábado, dia 15. O prenúncio do meu tormento porque, como muita gente sabe, eu odeio o horário de verão, o verão e tudo relacionado ao verão.


Caudas de Pavão

Essa semana houve a primeiríssima reunião de pais, sob a nova direção da creche. Claro que eu cheguei atrasada, afinal, aquela obra infernal no meio do caminho tem transtornado a vida de todos os moradores do Campinho e arredores. 

Dentro de uma das salas já reformadas - pois toda a escola também está em obras -, encontrei os pais das crianças do Berçário I e II, com suas devidas caudas de pavão bem abertas. A apresentação já estava na parte das atividades do Berçário II, com fotos das crianças e comentários de todos.  Apesar de ter perdido a parte do Berçário I, atual classe do Davi, a diretora me repassou gentilmente a apresentação, e foi aí que também abri minha enorme cauda, que ocupou boa parte de uma indefesa cadeirinha onde me sentei.

Achei a iniciativa da reunião muito interessante, pois desde que coloquei Davi na creche eu não sabia o que ele realmente fazia durante o tempo que ali passava. Fiquei sabendo, por exemplo, que os bebês já recebem algum estímulo através de DVD's, historinhas e contato com objetos e texturas. Na medida em que se sentem mais seguros e começam a andar, começa também a transição para a classe seguinte - Berçário II. Ou seja, essa passagem não se dá por conta da idade e sim pelo desenvolvimento psicomotor pois, como muita gente também já sabe e como eu não me canso de colocar, cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento. 

Davi se encontra exatamente nessa transição, um pouco lá, outro cá, e eu creio que ele ainda não está definitivamente no Berçário II porque gosta de uma molezinha, sabe. Do Berçário II ao Maternal I, aí sim, a transição se dá a partir dos 2 anos, o que significa que Davi ficará muito pouco tempo na nova classe.

Estava eu lá, com minha enorme cauda de pavão totalmente aberta, maravilhada com as técnicas e atividades exercidas pelas professoras e crianças, achando o máximo toda aquela novidade quando, de repente... peraí, que negócio é esse de Maternal I? E já tem que comprar uniforme? Lista de material escolar? Meu Deus, mas foi outro dia que eu matriculei o meu bebê! 

A cauda começou a murchar.

É interessante perceber que nós, pais, estamos sempre às voltas com o desenvolvimento da criança.  Corremos para que ela deixe logo as mamadeiras, as chupetas, as fraldas, ficamos orgulhosos quando ela começa a balbuciar as primeiras palavrinhas, montamos uma pasta com todos os primeiros trabalhinhos da escola. E um dia começamos a sentir saudades do nosso bebê, que dependia de nós para tudo. Aí, o que nos resta a fazer é: ter outra criança ou começar a nos adaptar a essa nova fase da vida, e às vezes parece que essa adaptação é mais difícil para nós do que para elas pois, no fundo, a gente quer que elas continuem a ser sempre aquele nosso bebê, não é verdade?

Ter filhos é um constante teste de sanidade, sabe....




Interessante é ver como algumas pessoas que sequer conhecemos deixam uma marca tão significativa na nossa época e memória.  Assim como tanta gente, lamentei profundamente a morte de Steve Jobs, considerado um gênio na área em que atuou e que morreu muito cedo, pois alguém com 56 anos nos dias atuais ainda é jovem - e os jovens deveriam ser proibidos de morrer. Talvez o que nos faz sentir muito essa perda seja o fato de que sua obra aproximou as pessoas mais simples das tecnologias mais sofisticadas. E isso é para poucos.

Fica uma homenagem, apesar de ser igual a tantas outras.