Não sei se simpatia ou facilidade de comunicação é componente de DNA. Alguns casos provam que não. Por exemplo, já percebi que mães e pais "doidões" acabam tendo filhos "caretas", digamos assim. Não significa que caretice seja falta de simpatia ou de comunicação, porém, há filhos bem mais contidos que seus pais. E vice-versa também, vamos combinar. Muitos pais sisudos e compenetrados geraram roqueiros, ativistas, artistas, ou seja, pessoas mais "extrovertidas" e com alguma, alguma simpatia. Isso não é regra, que fique claro, é apenas uma constatação, que talvez sirva para concluir que a humanidade não é uma linha de produção, mas que cada peça pode ser uma peça!
Eu sei que eu não sou a pessoa mais simpática do mundo, pelo menos não à primeira vista, ou sempre, ou todos os dias. Muita gente já me disse que eu era uma antipatia ambulante até me conhecer. Sem querer puxar sardinha para a minha brasa, costumo dizer que eu sou mais distraída do que exatamente metida. E um tanto quanto tímida. Sim, pode até parecer que não, mas eu sou bem tímida e até meio tapada em alguns momentos. E um pouco desligada também. No geral, porém, eu me considero bem comunicativa e às vezes simpática.
O pai do Davi é aquele tipo de pessoa que se comunica com muita facilidade. É impressionante como ele, em qualquer lugar, na maioria das vezes, encontra algum amigo de infância ou um colega de trabalho/curso/futebol/ônibus/rua/botequim/fila/trem/metrô/feira/portaria/colégio/sala/andar/prédio/padaria/bar/armazém/ ponto de van/supermercado. Não estou puxando sardinha para a brasa dele não, mas ele é o tipo de pessoa acessível, seja com o gari ou com o chefe. Tudo, claro, sem extravagâncias ou falta de respeito, mas com muita simpatia.
Costumo dizer também que Davi, apesar dos 10 meses de vida, é um bebê bem "dado". É aquela criança que, na grande maioria dos casos, não estranha ninguém, ri para todo mundo, se joga mesmo. É facim, facim. Também não estou puxando sardinha para a brasinha dele, não, mas meu filho é muito comunicativo e simpático.
Considerando que Davi ainda não está na creche e, portanto, ainda não tem grandes contatos diários com outras crianças, reconheço que ele é, até o momento, uma criança que interage muito bem com outras pessoas, grandes ou pequenas. Acho isso ótimo, porque eu não não gostaria de ter um filho cheio de não-me-toques, de frescuras, que estranha todo mundo. Claro que, muitas vezes, é da própria criança se comportar assim. Da minha parte, porém, não sou o tipo de mãe que não gosta que seu filho seja tocado ou que vá no colo das pessoas. É claro que também não sou doida de sair entregando o Davi nas mãos de todo mundo e de qualquer um, mas já vi e vivi casos extremos, em que mães não deixavam sequer as pessoas se aproximarem de suas crianças. Só não me perguntem o motivo, porque eu também não sei, porque tais crianças não tinham nenhuma doença contagiosa aparente!
Se Davi for comunicativo como pai e um tanto simpático como a mãe, já vou me dar por satisfeita, porque sei que ele vai levar a vida mais leve. Porém, nada disso vai adiantar se ele não for empático. Se não for verdadeiramente humano, sensível aos sentimentos e necessidades do seu próximo, se não for capaz de se colocar no lugar do outro para entender o que se passa com o outro. Distribuir sorriso e simpatia por aí não é de todo a coisa mais difícil do mundo, porém, aprender a lidar com as dificultades, próprias e a de outros, isso, sim, é uma arte. Não adianta ser comunicativo e simpático e ser egoísta, egocêntrico, mesquinho.
E aí alguém pode me perguntar: como você vai impedir que o Davi seja egoísta, egocêntrico, antipático? Eu respondo que não tenho capacidade de impedir, mas vou tentar mostrá-lo que esse não é o caminho bom para ser seguido, até porque não há exemplos assim dentro de casa. Sim, pode acontecer também o contrário: Davi se tornar um ser repugnante, insuportável, insolente, arrogante, detestável, quem vai saber? A gente se esforça para criar pessoas minimamente aceitáveis, sem muita garantia de sucesso, não é?
Pois é, ainda não cheguei no momento de me preocupar com a profissão ou com a futura esposa do Davi. No momento, apesar de ele ter menos de 1 ano, o que me toma o pensamento é saber se ele vai se tornar uma pessoa muito mais que comunicativa e simpática, e sim, alguém sensível e verdadeiramente humano.
Sim, este post tem uma boa dose de filosofia-de-botequim e ficou um tanto quanto piegas. Mas mãe geralmente é piegas, não?
(*Simpatia é Quase Amor é o nome de um bloco carnavalesco carioca)
Que bom que Davi é simpático e comunicativo. Acho que a vida é mais fácil pra esse tipo de pessoas. Acredito que sobre ser sensível, humano, é muito mais uma questão de orientação do que de personalidade. E Davi tem tudo pra ser um menino amável, tem a sorte de ter a Lu como mãe! :) Sem puxar sardinha pra sua brasa hehehe
ResponderExcluir