Hoje faz exatamente 1 mês que não posto nenhum tópico neste blog. Um feriado de carnaval no meio do caminho, além de alguns vários outros acontecimentos domésticos justificam meu sumiço desse espaço. Passei por alguns momentos bem.... hum.... trabalhosos nessas últimas semanas, digamos assim e, ao final, o que restou foi uma pessoa cansada, arrasada, esgotada, cheia de sono e dores no corpo.
Há cerca de duas semanas, a avó do Davi apresentou alguns problemas de hipertensão, tendo como ápice sua queda no chão, completamente desacordada, o que abriu uma boa lasca na sua testa e nariz. Eram em torno de 6 horas da manhã de um sábado, quando ouvimos o barulho do corpo dela caindo no chão. Ela havia desmaiado - não se sabe até hoje o real motivo - e, de imediato, achei que ela tivesse morrido. Ao ser colocada numa cadeira, começou a balbuciar coisas e, então, pensei que tivesse tido um AVC. Graças a Deus, tudo não passou de um mal súbito, talvez um pico de hiper e hipotensão - se é que isso existe. O momento mais crítico foi vê-la com o rosto coberto de sangue, por um lado, e o pai do Davi desmaiando, por outro lado. Uma cena tragicômica. O fato é que, no momento do acontecido, parecia que o tsunami japonês da sexta-feira havia respingado lá no Campinho na manhã do dia seguinte.
Por conta disso, tive que colocar Davi em tempo integral na creche, pois não há mais como deixá-lo com sua avó, nem que seja por um curto período de tempo. Ela ainda se recupera, porém, Davi está cada vez mais impossível (o que é ótimo, pois significa que está crescendo e aparecendo), e creio que em breve ele irá começar a andar (é, ainda está enrolando), e aí, a coisa vai ficar mais preta ainda.
É impressionante como a criança percebe a agitação das pessoas ao seu redor, e fica mais agitada ainda, causando, infelizmente, uma reação mais efetiva, para não dizer enérgica, por parte dos pais, ou, mais especificamente, da mãe. E é aí que a gente se destempera e acaba fazendo grosseira também. Fala alto, dá palmada, a criança chora, cheia de mágoa e razão. E depois a gente fica com vontade de se atirar do 4º andar, de tanto arrependimento e culpa por não ter tido equilíbrio emocional o suficiente para enfrentar essas situações-limite.
Eu já dei algumas palmadas no Davi. Algumas no traseiro - que são amortecidas pela fralda -, outras na palma da mãozinha também. E confesso que sempre me senti péssima e fracassada depois. E acho bom ter me sentido péssima, porque não consigo entender como uma pessoa não sente a menor culpa em agredir uma criança, mesmo que com uma palmadinha. Não quero e não vou bater no meu filho à toa, até porque sei o que é violência contra criança, pois eu mesma já fui surrada algumas poucas vezes e não foi nada bom. Eu sou do tempo em que crianças não recebiam palmadinhas, muito menos eram chamadas para conversar. Eram surradas com varas ou cintos, sem direito a qualquer defesa ou explicação. E exatamente por conta disso eu me esmero em não repetir essas atitudes. Há pessoas que até agradecem aos pais por terem levado uma sova, como forma de justificar sua boa índole e caráter, mas, sei lá, talvez isso só tenha surtido efeito na minha geração.
O outro extremo muitas vezes se resume em crianças que batem em seus pais que, por sua vez, também devem se sentir péssimos e fracassados e acabam correndo para os braços da Super Nanny, terceirizando uma responsabilidade que é somente deles/nossa.
Encontrar esse equilíbrio é, a meu, ver, um dos pontos mais difíceis de serem alcançados pelos pais dos nossos tempos. Dar uma palmadinha? Chamar para conversar? Fazer vista grossa? O que sinto é que a minha geração de pais está um pouco sem rumo em relação a esse assunto. Para alguns, dar uma palmada é um insulto, e temos até propaganda e campanha contra. Por outro lado, temos crianças que foram criadas na base do diálogo e ninguém chegou a lugar algum. Há, também, aquelas que simplesmente não receberam nada, nem palmada, nem conversa, foram ignoradas por completo. Em cada situação, há casos que deram certo e que também deram errado, vai entender?
Não sei se estou no caminho certo, não quero abrir mão de corrigir meu filho com uma palmada, mas também não quero ir além disso. Porém, repito: não há momento em que eu me sinta mais arrasada, mais acabada, mais esgotada quando isso acontece. Por outro lado, o que eu não quero, de forma alguma, é deixar de sentir culpa, mas também não quero que essa mesma culpa me impeça de corrigí-lo. De uma coisa eu sei: Davi é uma das crianças mais beijadas do planeta. Da cabeça aos pés. Sempre e à toda hora. E faço isso sem a menor culpa!
Bem Lu, primeiramente melhoras para a avó do Davi.
ResponderExcluirEu, logo que passei por problemas familiares, fiquei totalmente afastada dos meus bbs, Não queria ir para casa, não queria ter essa responsabilidade, não brincava com eles, e com isso veio a falta de paciência, brigava muito, dava umas palmadinhas também, isso até o dia em que eu vi eles se afastarem de mim, e se aproximar mais da minha mãe (Nossa, como isso dói) Eles ja não faziam mais festa quando eu chegava em casa (para eles era indiferente) não me abraçavam, o Natan parou de me chamar de Mãe, e passou a me chamar de Nélia.
Uma noite, fiquei horas olhando para eles, e refletindo sobre o que eu estava fazendo, ou melhor o que estava acontecendo comigo. E prometi para mim mesma, que nunca mais agiria assim, pois eu estava muito arrependida com tudo aquilo que eu estava me deixando passar.
Então Lu, acho que mais importante que se arrepender, é reconhecer, pois com isso vem as mudanças.
Um beijo, adorei a postagem.
tá sofrendo hein irmã? Não é fácil mesmo, e por todo lado que eu vejo, tem repingo de tsunami, em todas as famílias.
ResponderExcluireducar não é fácil, mas não permita que outras pessoas interfiram neste processo, pq às vezes a gente fica tão preocupada com que o outros vão pensar. Se nosso filho é mais agitado e deixamos a Deus dará, alguém diz que ele não tem mãe. Entretanto, se chamamos a atenção dele energicamente, vem alguma "madreteresa" dizer tadinho.
o melhor é focar nele, o que dá resultado na educação dele, o que é melhor pra que ele se torne um homem de bem e temente a Deus.
Queridas Nélia e Vivi,
ResponderExcluirComo é bom ter vocês por aqui, pois assim eu sinto que não sou nem estou sozinha nessas situações.
Nélia, imagino o quanto você deve ter sofrido quando seus filhos se afastaram de você. Na verdade, eles apenas estavam refletindo o que você estava fazendo. E é isso que eles fazem: repetem o que vêem. Graças a Deus que te deu sabedoria para corrigir esse momento.
Bjs.
Vivi, eu fico extremamente mal quando dou uma palmada no Davi, porque vejo que naquele momento eu não tive paciência o suficiente para "aguentá-lo". Mas é como você colocou: a gente é sempre cobrada; se somos rígidas ou relaxadas demais ou de menos. Só Deus para nos dar sabedoria para criarmos filhos nesse mundo tão sem valores.
ResponderExcluirBjs.
e nós mesmas nos cobramos demais né Lu. Relaxe, tenho certeza que vc é uma ótima mãe, e o meu lindo Davi tb sabe disso. eu sempre brigo com o Toninho, repreendo, ponho de castigo e ele arma a tromba, depois pede desculpas e diz que eu sou uma mãe muito linda, e está cada vez melhorando mais. Só não posso soltar as rédeas, pq eles tem fases. Às vezes estão mais comportados, às vezes não.
ResponderExcluirBeijinho.
Que susto você deve ter passado e que pena que a rotina do Davi teve que mudar inesperadamente. Mas não se culpe, a vida é mesmo uma montanha russa. Logo o Davi vai entender e vocês terão altos papos. Ele vai colaborar e tudo será mais fácil.
ResponderExcluirO que eu acho legal, é que você sabe bem como quer criar seu filho e tem suporte pra isso. Eu não tinha estrutura nenhuma pra ter filho, nem financeira, nem psicológica. Louvo à Deus porque meu filho é um bom rapaz, mas só pela misericórdia de Deus :)
beijo
Neth, sua linda!
ResponderExcluirAté que o Davi não estranhou ficar o dia todo, não, sabe. Ele já conhece as pessoas e dessa vez foi totalmente diferente.
Eu até sei como quero criá-lo, mas às vezes eu não sei se vou conseguir, mas eu peço a Deus todos os dias para me dar alguma orientação. No seu caso, você diz que não tinha estrutura, e eu pergunto: será que não? Ou será que não sabia que tinha? Porque se o seu filho é hoje um bom rapaz, muito é, sim, da misericórdia do nosso Deus, mas também daquilo que nós somos, tá, engraçadinha? Humf!
Bjs.
Meninas,
ResponderExcluirA Alana, filha do Alebts, nasceu, prematura de 8 meses e está internada na UTI, por conta de complicações pulmonares e por ter nascido com a laringe um pouco estreita. Apesar de bicudo, cabeçudo e mal criado, gosto muito dele e peço que em suas orações, lembrem-se de sua família.
Beijos.
Ele disse que ela já está no berço, graças à Deus :)Já já estará enchendo a casa com aquele chorinho gostoso e cheirinho de bebê, delícia!
ResponderExcluirEu amo o Alebts, justamente porque é autêntico e não se deixa manipular. Pena que não pode estar com a gente. Mas eu estou com ele, de coração nessa causa.