Esta semana levamos Davi à consulta semestral com a pediatra. Apesar da minha continuada cisma com a sua altura, tudo está na mais perfeita ordem. Altura e peso estão dentro da normalidade e, mais uma vez, foi apenas indicada a continuidade de uso de hidratante, já que sua pele está bastante seca ainda.
As coisas comigo são assim: se houver algum trauma, por mais que seja superado, ele vai me deixar algum resquício. Digo isso porque até hoje as consultas pediátricas ainda me assustam, pois no tempo em que elas eram mensais - o que significa primeiro ano de vida do Davi - havia sempre alguma coisinha para esquentar a minha cabeça. Um dos problemas que mais me marcaram foi a questão do peso dele, já que houve grandes oscilações (o gráfico da caderneta de vacinação chega a parecer uma cardiografia, de tanto sobe e desce). Então, acredito que daqui a seis meses irei ficar um pouco em pânico por causa da próxima consulta.
Davi tem evoluído muito bem e se expressa cada vez melhor e claramente. Na próxima semana iremos levá-lo, mais-uma-vez-novamente-de-novo and again, para uma cirurgia breve, pois como eu já comentei anteriormente, seu jato de xixi voltou a ficar fino e esta interverção será para abrir um pouquinho mais a cabeça do seu piu-piu, pois o estreitamento está exatamente lá. É desesperador ver Davi fazer xixi, pois a força que ele imprime é bem grande, como se ele estivesse com prisão de ventre. Ainda tem também a curvatura, que teremos que esperar para ver como ficará daqui a uns 3 anos mais ou menos.
E nessas idas e vindas, já se passaram uns 3 anos. Parece pouco, porém, sendo um tratamento, parece uma eternidade. E parece que tudo foi outro dia. Muitas vezes eu me vejo me perdendo em datas e situações. Não sei se é bloqueio da minha cabeça, mas alguns episódios se misturam, não em si, mas no tempo. Alguns, claro, ficaram bem vívidos, como a madrugada que terminou na UTI pediátrica da Prontobaby, com Davi com pneumonia, atelectasia e bronquiolite. Mas aí eu começo a me embaralhar toda quando me lembro das vezes em que tive que entrar no centro cirúrgico. Com exceção das 2 primeiras cirurgias, as outras me confundem um pouco e aí às vezes eu não sei qual veio antes de qual.
Não sei se isso é um mecanismo mental para não me deixar doida, o certo é que determinados detalhes se embolam na minha cabeça. Sei e tento me convencer de que não se trata de negligência ou falta de atenção da minha parte, talvez porque, ao final de cada episódio, o que eu sempre quero é ter o Davi inteiro e bem. Tem horas, sim, que me dá vontade de chorar muito, principalmente quando ele faz xixi. Me dá um desesepro e aquela clássica culpa pelo fato de ele ter nascido com hipospadia.
Mas tudo poderia ser pior, bem pior, e é aí que eu olho para Deus e agradeço porque Ele me deu a carga que eu posso suportar. Pelo menos até agora, porque a gente só descobre a força que tem quando está dentro do problema.
O que tenho a dizer é: ser mãe é assustador. Mas é uma bênção e uma satisfação sem tamanho.
Quando o Papa Francisco nos brindou com um feriadão, resolvemos levar Davi, pela primeira vez, ao cinema. O filme em questão seria "Meu Malvado Favorito 2". Não, não assisti ao primeiro filme, então, não sabia do que se tratava, mas li o resumo e vi que era "livre" e achei que seria adequado para a sua idade. Os primeiros dias do feriado foram regados a muito frio e chuva, e o sol resolveu aparecer apenas no último dia, uma segunda-feira, tirando todo mundo da toca (carioca detesta frio e chuva) e levando multidões aos shoppings e cinemas.
Chegamos no shopping e a fila para a sessão das 16h00, que seria a ideal, estava imensa. Enquanto aguardávamos a vez de comprar os bilhetes... Davi dormiu. Voltamos para a casa e fim.
No fim de semana passado levamos Davi ao Anima Mundi, o festival de animação que aconteceu aqui no Rio de Janeiro e que já foi para São Paulo. Abre parêntese: apesar de saber muito bem da importância do eixo Rio x São Paulo em termos de projeção nacional e questões econômicas e sociais, não entendo porque um festival como esse (e tantos outros) não contempla os demais Estados da Federação. Será que os patrocinadores, organizadores e que tais desconsideram que existem muito mais pessoas interessadas em cinema e animação FORA da Ponte Aérea? Para mim isso é, no mínimo, um tremendo absurdo. Fecha parêntese.
Enfim, como eu não entendi direito a programação, já que constavam vários
filmes infantis no Cine Odeon em vários horários, chegamos quase
na hora em que eu achava que iria começar o filme que eu achei que iria começar. Era o penúltimo dia do festival, o tempo estava virando e acabamos descobrindo que a única sessão adequada para a idade do Davi era a das 12h00, um horário bem estranho, não somente porque o festival aconteceu em 2 lugares distintos - Cine Odeon e Fundição Progresso, ambos no Centro -, o que significava várias salas disponíveis, como também... que horário esquisito, logo no meio do dia!!! Enfim, partimos, então, para a Fundição Progresso, que fica de frente para os Arcos da Lapa.
As distâncias entre os lugares são bem curtas, então, fomos a pé, quer dizer, Davi estava com o pé doendo um pouco por causa de uma leve lesão que teve no dia anterior, na escola. Então, um pouquinho de dor somado com uma montanha de dengo deixaram o guri mancando um pouco e abusando um muito da boa e santa vontade do pai. Foi no colo.
Assim como no episódio do shopping, acima, eu geralmente subestimo algumas coisas, achando que é só chegar um pouco antes do horário, comprar a entrada e tudo está certo. Não. Chegamos na Fundição Progresso um pouco antes das 14h00 e havia uma sessão 30 minutos depois que era própria para o Davi, mas que já estava esgotada. Hum... então vamos ver quais são as outras alternativas até a hora da próxima sessão, às 16h00: as oficinas. Uma sala de massinhas. Entrada a partir dos 8 anos. Sala de areia. Entrada a partir dos 8 anos. Sala de desenho para fazer um filminho. Entrada a partir dos 8 anos. Então, o que restou? Ah, sim, a sala 2, onde havia a projeção de alguns curtas infantis que eram adequados à idade do Davi, porém....estava com a entrada esgotada.
Mas haveria a próxima sessão na sala 2. Teríamos, porém, que entrar na fila de distribuição das senhas - já que a entrada era di grátis - que começaria em torno das 14h30 para a sessão de 15h30. Acabamos decidindo, então, a assistir a um filme - acho que era o último para a idade do Davi - que iria começar às 16h00. Nesse meio tempo, entramos numa sala onde estavam projetando curtas beeem curtos, sem limite de idades (se bem que, depois do curta que assistimos, começou um outro que eu não achei adequado para o Davi).
Aproveitamos, então, os momentos que antecederam o início da sessão que iríamos assisistir para dar uma olhada em volta da Fundição Progresso. A minha máquina está, a cada dia, pedindo para se aposentar, então, as fotos não estão boas e, além disso, é aquele negócio: tirar fotos do/com o Davi é osso!
Chegou, então, o grande momento em que Davi iria debutar a 7ª Arte. O filme em questão se chamava Zambézia, a história de uma águia adolescente que sai do seu ninho e vai conhecer a cidade que dá o nome ao filme, e que é conhecida como a cidade dos pássaros.
Silêncio. Celulares desligados, olhos bem abertos, ar condicionado bem frio. Eis que começa o filme. Tela grande, som stéreo.
Davi safadinho, rsrsrs
ResponderExcluir:g
Vivi
:c
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