Donna



Eu sempre, desde muito nova, fui ligada em música.  Me lembro de ouvir Cat Stevens, Roberto Ribeiro, Maria Betânia, Elis Regina, João Nogueira, Gonzagão e Belchior ainda bem nova, com 7, 8 anos.  Ou seja, eu cresci ouvindo só a "nata", o que existia de filé mignon em termos musicais, nacionais e internacionais.  Me orgulho muito disso, e não falo com pouca modéstia, porque admirar boa música não é arrogância - deveria ser obrigatório.

Como ainda era muito criança nos anos 70, por óbvio que não vivi essa época chamada "dance music", onde surgiu o fenômeno da Discotheque, mas ainda assim curti algum restinho desse tempo em que as pessoas saíam para dançar e se divertir, lá pelo início dos anos 1980.  Ainda tive a "sorte" de aproveitar algumas matinês e alguns bailes "charm" onde se podia dançar e se divertir sem descer o nível para a promiscuidade e degradação feminina.

Ontem perdemos, mais uma vez, uma voz que marcou uma época: Donna Summer.  Seu nome está diretamente ligado à disco music e eu duvido que alguém consiga ficar parado quando ouve Lets Dance ou Bad Girls.  Porque quando a coisa é boa ela ultrapassa o tempo, e se alguém colocar Donna Summer para tocar, não importa se viveu aquela época ou se nasceu há 20 ou 15 anos, vai dançar e se divertir muito.

Em tempos onde o que se tem é baile funk do nível de uma Valesca Popozuda e Mc Catra, em que a mulher é chamada de cachorra (para não escrever o impublicável), acabo tendo saudades do tempo que não vivi, pelo menos plenamente como alguém que viveu os anos 70, com suas músicas e cantores maravilhosos, em que as pessoas saíam de casa, não para se encher de ecstasy ou energético e ter coma alcoólico, muito menos para ficar simulando ato sexual como se dança fosse, mas para se divertir.  Não que aquela geração tenha sido inocente, ingênua, pura ou melhor do que as outras.  Ela também teve defeitos, como todas as gerações tiveram e terão, mas pelo menos tiveram o privilégio de testemunhar e curtir Donna Summer e tantas outras do mesmo quilate.

Obrigada, Donna, por fazer parte de eternas memórias de muita gente.








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