Há de se ter muita Paciência


Se existe um pré-requisito para quem tem filho com hipospadia é ter paciência.  Diferentemente da fimose, a hipospadia é uma anomalia que requer algumas - às vezes várias - intervenções cirúrgicas.  Se for proximal, que é o caso do Davi, existe a possibilidade de haver 3, 4, 5 cirurgias, porque hipospadia proximal significa que a saída do xixi está mais próxima do saco escrotal e mais longe da glande, o que significa que o canal da uretra é curto e o caminho até a normalização é longo.  Não é incomum, numa cirurgia de hipospadia, abrirem-se fístulas, que são rompimentos, buraquinhos que acabam atrasando o início da funcionalidade da criança.  E a gente - os pais principalmente - tem que adaptar nossa ansiedade ao relógio da natureza, porque as coisas não são tão rápidas e simples como parecem ser.

Depois da primeira cirurgia, que acabou abrindo uma fístula, Davi teve que esperar 8 meses para que a  natureza fizesse a parte dela e a fístula entrasse em processo de fibrose.  Como já relatado aqui, todo o mês Davi tinha que ser levado ao centro cirúrgico e anestesiado, para que fosse feita a dilatação do canal já construído, a fim de que ele não fechasse e tivéssemos que voltar à estaca zero.

Na quarta-feira, já dentro do centro cirúrgico, o Dr. Clodoaldo - o médico que iria aplicar sua própria técnica para fechamento da fístula -, achou por bem não realizar a cirurgia, pois como o canal estava muito estreito e seria bem provável que a fístula se abrisse novamente por causa da pressão da urina, o que tornaria a situação pior ainda.  Fizeram, então, mais uma dilatação e tivemos que voltar ontem, para ver a possibilidade de Davi ser operado.  E mais uma vez não foi possível, pelas mesmas razões, e a cirurgia foi transferida para a próxima quarta-feira.  Enquanto isso, foi colocada no Davi uma sonda que passa entre a fístula e o buraco da glande.  É como se fosse um enorme piercing, só que de silicone.

A paciência tem que ser exercida em todas as horas, mas é exatamente nesses momentos que a gente tem que respirar fundo, muito fundo, porque todas as nossas expectativas nem sempre são atendidas.  Porque Davi, sendo ainda muito pequeno, não faz a menor ideia da sua realidade, então, não cria expectativas se vai ser operado hoje, amanhã ou daqui a alguns meses.  O desgaste também é em ver sua criança chorando de fome porque está há mais de 10 horas sem comer, porque tem que estar em jejum.  No caso de quarta-feira, surgiu uma cirurgia muito grande e gravíssima que tomou uma grande parte do tempo do centro cirúrgico, atrasando todas as outras que estavam programadas.  Davi havia mamado em torno de 5h15 da manhã e  sua cirurgia estava marcada para às 14h, mas só entrou no centro cirúrgico às 18h30 aproximadamente.  Para aliviar um pouco, dei uns goles de mate e ele acabou dormindo bastante, talvez por conta da fome mesmo.  Nessas horas que eu vejo o quanto aquele moleque é forte!

Mas a gente tem que esperar, tem que controlar a ansiedade e tem que saber lidar com as frustrações e tentar tirar alguma coisa boa disso tudo.  Eu não tenho do que reclamar.  Olho ao meu redor e vejo o quanto Deus é bom e maravilhoso por ter colocado no nosso caminho médicos e profissionais de primeira linha, por morarmos numa cidade que, apesar de caótica, ainda é o centro de referência para muita coisa e nos oferece facilidades como hospitais e variedade de transportes.  São nessas pequenas coisas que eu sempre penso porque, imagina quem mora num lugar de difícil acesso, com escassez de médicos ou que tem que andar léguas e léguas até a primeira condução?

Não que a minha dor às vezes não seja grande, porque eu não gostaria que meu filho tivesse que passar por tudo isso. Nos dias e até nas horas que antecedem qualquer cirurgia ou procedimento eu fico muito nervosa, choro e tal.  Mas o fato de ser onde e com quem Davi é tratado só me faz levantar as mãos para os céus e agradecer a Deus, porque essas coisas me trazem tranquilidade e segurança, além do fato de eu ter um chefe que é simplesmente maravilhoso.  Até hoje não paguei 1 centavo pelas cirurgias, procedimentos ou anestesias e eu sei que esses serviços não são baratos.  Olha, não são m-e-s-m-o, eu garanto!  Se tivesse que pagar do próprio bolso eu não teria.  Se tivesse que depender de hospital público, então, acho que seria bem mais doloroso e demorado.  Aliás, o que mais dói é realmente a espera, o tamanho do caminho, as idas e vindas.  Mas a gente aprende a se adaptar a tudo e daqui a alguns anos essas coisas serão apenas histórias, experiências que espero poder dividir com outras pessoas.

Pois é, então que Davi ganhou outra bola, dessa vez azul, viu lá em cima? Ainda bem que a Prontobaby começou com essa farta distribuição de bolas só agora, porque senão eu já teria montado uma barraquinha.  Mas vou continuar esperando a viagem para Disney!


Fibrosar/fibrose: é a formação ou desenvolvimento em excesso de em um órgão ou tecido como processo reparativo ou reativo, com a formação de tecido fibroso como um constituinte normal de um órgão ou tecido.

Recall Modelo Davi, Ano 2009



Está marcada para amanhã a cirurgia para fechamento da fístula no piu-piu do Davi.  Como havia comentado aqui, na última cirurgia que construiu o canal da uretra acabou que abriu uma fístula no mesmo lugar onde o canal terminava e Davi continuou a urinar praticamente pelo mesmo lugar.

Desde então - julho de 2011 até semana retrasada - foram feitas dilatações mensais, a fim de que o canal já construído não fechasse, o que seria péssimo, pois teríamos que começar do zero novamente e  no caso de hipospadia quanto mais remendo, pior fica.  O ideal era fazer a dilatação a cada 15 dias, mas eu não iria aguentar levar meu filho para o centro cirúrgico e vê-lo anestesiado em intervalos tão curtos.  Apesar de todo o cuidado da equipe médica - Dr. Martinelli, Cristina (instrumentadora) e Dr. Flávio (anestesista), além das enfermeiras, o processo é desgastante para mim e muito doloroso para o Davi.   Além do Dr. Martinelli a cirurgia será feita também pelo Dr. Clodoaldo, que da primeira vez só participou observando.

Olha, se me lembro bem, da última vez eu acho que chorei muito, mas foi antes da cirurgia, porque quando eu entro naquele centro cirúrgico parece que o Dr. Spock toma conta de mim e congela minhas emoções.  Claro que assim que dou de cara com Davi lá, em cima da maca desacordado, eu tenho vontade de desabar, mas quando os procedimentos começam, aí eu desvio minhas atenções para aquilo que está sendo feito. E é assim que estou agora, mas sei que amanhã Dr. Spock vai me ajudar a controlar minhas lágrimas. Tudo bem que depois que passa parece que eu carreguei o mundo nas costas, porque eu fico muito desgastada.

Existe uma pequenina, pequena mesmo possibilidade de que fique uma fístula menor ainda, o que significaria outra cirurgia para que Davi pudesse fazer xixi normalmente, ou seja, pelo cabeça do piu-piu, como fazem os portadores dessa genitália (ui!).  Claro que eu espero que isso não aconteça, mas acho, ACHO, que estou preparada para esperar mais um pouco.  E como eu já mencionei anteriormente, se tudo der certo, será feita outra cirurgia para retirada do excesso de pele que acompanha o piu-piu do meu moleque.

No mais, é caminhando e cantando e seguindo a canção, porque quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

E como dizia o saudoso Ibrahim Sued, ademã que eu vou em frente!

Câncer de Mama

Recebi essa imagem, que é da Fundação Cristiano Varella.  Não custa nada, NUNCA, ficar sempre atenta.

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E você sabia que existem muitos HOMENS que sofrem de câncer de mama e não sabem? 

"Eu tive câncer de mama"


"O compositor, poeta e produtor musical Hermínio Bello de Carvalho, 77 anos, operou quinta passada um câncer raro e pouco discutido no Brasil — o de mama... em homens. O carioca boa-praça Hermínio passa bem, teve alta na sexta. Mas o susto só foi menor porque descobriu a doença bem no início. Segundo o médico Marcos Moraes, é grande a chance de o nosso poeta estar curado.

— Sou um serviço de utilidade pública ambulante. Os homens não podem ignorar o exame de toque de mama. Têm de fazer como as mulheres. O doutor Marcos vai “cirurgiar”, novamente, este tal “ardido peito”, que tanto celebrei numa canção — brincava Hermínio, pouco antes da cirurgia.

O parceiro de Cartola e Carlos Cachaça no lindo samba “Alvorada” já havia sido vítima de câncer de mama em 2008. O exame, repetido há pouco tempo, apontou a volta da doença. O sintoma mais visível, ensina o médico Marcos Moraes, é um nódulo na mama, que pode ser descoberto pelo próprio homem, num autoexame.

Parceiro também de mestres como Paulinho da Viola e Baden Powell, entre outros, nosso Hermínio doou toda a sua “coleção Pixinguinha” (óleos sobre tela, desenhos, caricaturas que retratam o genial compositor de “Carinhoso”) à Fundação do Câncer, presidida pelo doutor Marcos Moraes.

O câncer de mama masculino ainda é tabu no Brasil. Os números mais recentes, catalogados pelo Inca, são do DataSus de 2009. Naquele ano, 12.098 pessoas morreram da doença no país — 11.969 mulheres e 129 homens. Segundo Marcos Moraes, a estimativa de novos casos em 2012 é de 52 mil, entre mulheres, e de 500 a 600, entre homens. Hermínio quer ser o divulgador deste alerta. Salve ele!"

Crianças Estressadas

 
Matéria
da Istoé desta semana, bem interessante, que aborda um pouco o assunto do livro Sob Pressão, que indiquei, aqui.


Estresse infantil

Agenda cheia, reprovação dos pais, conflitos na escola. Pesquisas na área de neurociência e comportamento mostram como a exposição a fatores estressantes compromete o desenvolvimento das crianças e o que fazer para evitar danos futuros

Rachel Costa


Natação, inglês, equitação, tênis, futebol. É cada vez mais comum encontrar crianças que mal saíram da pré-escola e já cumprem agendas de “miniexecutivo”, com compromissos que se estendem ao longo do dia. A intenção dos pais ao submeter os filhos a essas rotinas é torná-los adultos superpreparados para o competitivo mundo moderno. O preço que se paga por tanto esforço, porém, pode ser alto. Ainda pequenas, essas crianças passam a apresentar um problema de gente grande, o estresse. “É uma troca que não vale a pena”, afirma o psicoterapeuta João Figueiró, um dos fundadores do Instituto Zero a Seis, instituição especializada na atenção à primeira infância. “Frequentemente essa rotina impõe à criança um sentimento de incompetência, pois lhe são atribuídas tarefas para as quais ela não está neurologicamente capacitada.” Como uma bomba-relógio prestes a explodir, o estresse infantil tem ganhado status de problema de saúde pública. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Academia Americana de Pediatria publicou, em dezembro, novas diretrizes para ajudar os médicos a identificar e tratar esse mal. O risco dessa exposição, alertam os cientistas, são danos que vão bem além da infância, como a propensão a doenças coronarianas, diabetes, uso de drogas e depressão. 
Dos poucos estudos brasileiros sobre estresse infantil, se destaca um levantamento realizado pela pesquisadora Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR). A pesquisa, feita com 220 crianças entre 7 e 12 anos nas cidades de Porto Alegre e São Paulo, revelou que oito a cada dez casos em que os pais buscam ajuda profissional para seus filhos por causa de alterações de comportamento têm sua origem no estresse. “O estresse é uma reação natural do nosso corpo, o problema é esse estímulo atingir níveis muitos altos ou se prolongar por longos períodos”, diz Ana Maria.
Para ajudar pais e profissionais de saúde a identificar quando há risco, cientistas do Centro de Desenvolvimento da Criança da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, propuseram uma divisão: o estresse positivo, aquele em que há pouca elevação dos hormônios e por pouco tempo; o tolerável, caracterizado pela reação temporária e que pode ser contornada quando a criança recebe ajuda; e o tóxico, o que deve ser combatido, ligado à estimulação prolongada do organismo, sem que a criança tenha alguém que a ajude a lidar com a situação. “A origem pode estar em episódios corriqueiros que gerem frustração ou aflição frequentemente, como brigas na escola ou com familiares, ou em situações únicas, mas com impacto muito grande, como a morte inesperada de alguém próximo, abuso sexual ou acidente”, esclarece Christian Kristensen, coordenador do programa de pós-graduação em psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Quando exposto a quantidades muito grandes dos hormônios do estresse, o organismo sofre uma espécie de intoxicação. Cai a imunidade, deixando a pessoa mais exposta a infecções, há uma interferência nos hormônios do crescimento e até mesmo o amadurecimento de partes essenciais do cérebro, como o córtex pré-frontal, é afetado. “Essa região é responsável pelo controle das funções cognitivas, como a capacidade de moderar a impulsividade e a tomada de decisões”, explica o neurocientista Antônio Pereira, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
SINAIS
Uma professora alertou Liliana para a dificuldade do filho Rafael em ler os enunciados.
No médico, descobriu-se o porquê: o garoto tem ansiedade e déficit de atenção
Mas o que tem tirado as crianças do eixo tão prematuramente? No estudo realizado pelo Isma-BR, em primeiro lugar aparecem a crítica e a desaprovação dos pais, seguidas pelo excesso de atividades, o bullying e os conflitos familiares. Esse último fator mereceu atenção especial em uma pesquisa realizada na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. E o resultado comprovou uma suspeita antiga. “Em nosso estudo demonstramos que o ambiente estressante está associado à ocorrência mais frequente de doenças nas crianças”, disse à ISTOÉ a pediatra Mary Caserta, coordenadora do trabalho, que envolveu 169 crianças entre 5 e 10 anos. Muitas vezes, os pais nem desconfiam que a enfermidade do filho pode ter raízes no estresse. “Passa tão batido que às vezes a criança é medicada de modo errado”, diz Marilda Lipp, diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora da PUC-Campinas. Encontrar reações físicas intensas, mas sem nenhuma doença de fundo não é mais novidade para os médicos. “Cefaleias e dores abdominais causadas por estresse são as queixas mais comuns”, diz Ricardo Halpern, presidente do departamento de comportamento e desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria. 
Outro perfil que se tornou comum nos consultórios é o da criança estressada pela superproteção dos pais. São os “reizinhos mandões”, como apelidou a psicopedagoga Edith Rubinstein. “Esses meninos e meninas têm muita voz dentro de casa e dificuldade de lidar com o esforço”, diz a especialista. Não deixar a criança aprender a contornar situações difíceis é extremamente prejudicial. Isso porque uma característica importante para evitar os quadros de estresse tóxico é justamente a resiliência – a capacidade de a pessoa se adaptar e sair de situações adversas. “Quando a criança é sempre tirada pelos pais do apuro, ela não desenvolve essa habilidade e se torna mais suscetível ao estresse”, diz a psicanalista infantil Ana Olmos. 
Com a evolução científica, o que se tem constatado é que não só no comportamento as reações ao estresse são distintas. Estudando um grupo de 210 crianças de 2 anos, pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, notaram que comportamentos diferentes estão associados a níveis distintos de cortisol no sangue. Os pequenos voluntários foram divididos em dois grupos: as “pombas” (crianças cautelosas e dóceis) ou os “falcões” (atrevidas e assertivas). Enquanto as “pombas” apresentavam uma elevação abrupta na quantidade de cortisol circulando na corrente sanguínea quando expostas a situações estressantes, nos “falcões” a concentração desse hormônio permanecia praticamente inalterada. E isso trazia consequências diversas para os dois grupos: “pombas” demonstraram mais chances de desenvolver depressão e ansiedade. Já os “falcões” estavam mais suscetíveis a comportamentos de risco, hiperatividade e déficit de atenção. “É importante reconhecer essas diferenças para intervir”, disse à ISTOÉ Melissa Sturge-Apple, coautora da pesquisa.
MÉTODO
Edmara de Lima coordena os professores e funcionários da Prima Escola
Montessori para diagnosticar as mudanças emocionais dos alunos
“O estresse é um fator de risco importante para a grande maioria das doenças mentais”, diz Guilherme Polanczyk, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. “E seu efeito sobre o organismo é bem maior em sistemas menos maduros, como o das crianças.” Prova disso foram os dados apresentados por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. A exposição à violência, ainda que moderada, foi capaz de gerar modificações no comportamento em 90% das 160 crianças entre 4 e 6 anos analisadas no estudo. As principais alterações eram pesadelos, voltar a fazer xixi na cama e a chupar o dedo. Em um terço dos pequenos voluntários, a consequência foi mais grave: ocorreram crises de asma, alergias e déficit de atenção ou hiperatividade. E 20% deles desenvolveram transtorno do estresse pós-traumático. “Quanto mais estresse na infância, maior a chance de se ter alterações físicas e psicológicas quando adulto”, disse à ISTOÉ Sandra Graham-Bermann, autora da pesquisa.
Foi após dois eventos estressores que a menina R., 14 anos, desenvolveu o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Na mesma semana, em 2009, ela viu o som do carro da mãe ser roubado e o pai escapar, por pouco, da tragédia no voo 3054 da TAM (que se chocou contra um hangar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, matando todos a bordo). Depois dos sustos, começou a manifestar manias de repetição. “O ritual de repetição me deixa muito ansiosa e me abate muito”, diz a menina. “Para os pacientes de TOC, a própria doença é considerada estresse crônico”, avalia o psiquiatra Eduardo Aliende Perin, membro do Consórcio Brasileiro de Pesquisa em TOC.
RECOMEÇO
Em Realengo, o desafio é apagar da memória de alunos, funcionários e
pais a experiência negativa de ver estudantes mortos dentro da sala de aula
Estresse e transtornos mentais também vêm juntos quando falta diagnóstico. Foi o que ocorreu com o psiquiatra Jorge Simeão, 38 anos. Sem saber o que tinha, ele sofreu durante toda a sua adolescência e juventude. Muitos o consideravam um rapaz distraído, que não se preocupava com os outros. Foi preciso se formar na faculdade como médico psiquiatra para Simeão finalmente descobrir que os traços de comportamento que o acompanhavam não eram uma falha de caráter, mas uma alteração no funcionamento do seu cérebro. Ele tem transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “O esforço que precisava fazer para me concentrar e a falta de compreensão de colegas me geraram uma tensão muito forte, a vida toda.” Histórias como a de Simeão são bem mais comuns do que se imagina. Pelos cálculos da Organização Mundial da Saúde, uma em cada cinco crianças tem alguma desordem psiquiátrica e a grande maioria leva anos até receber o diagnóstico. A mais comum, de acordo com pesquisas do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, é a ansiedade, presente em 8% dos meninos e meninas abaixo dos 18 anos. Em seguida, aparecem a depressão (7,8%), os distúrbios de conduta (5,6%) e o TDAH (5%).
ATENÇÃO
Várias crianças atendidas pelo psiquiatra Guilherme Polanczyk
apresentam estresse como sintoma de um transtorno mais grave
Ainda há poucas ações voltadas para a saúde mental infantil, mas algumas já demonstram bons resultados. Edmara de Lima, coordenadora pedagógica da Prima Escola Montessori, em São Paulo, orienta uma dessas. “Observamos as crianças sob três ângulos: primeiro analisamos o corpo, se ela enxerga e fala bem e se está com os hormônios em níveis adequados. Depois analisamos a inteligência, se está adequada à idade. Por último vemos as questões emocionais.” No Rio, o neurologista do comportamento Alexandre Ghelman ajusta os últimos detalhes para iniciar, no próximo semestre, um trabalho com alunos do terceiro ano do ensino médio para evitar a tensão, em especial a gerada pelo vestibular. “Vamos ensinar-lhes técnicas para que lidem melhor com as situações estressantes”, diz Ghelman. Entre as lições, os jovens vão aprender como identificar o que os tira do sério, quais são os sentimentos que os dominam nessa hora e como relaxar diante dos fatores estressores. A escola tem mesmo muito que contribuir. Foi graças ao alerta de uma professora que a editora gráfica Liliana Franco, 48 anos, levou o filho Rafael, então com sete anos, ao médico. “Ela me disse que ele estava lendo só a primeira linha dos enunciados das perguntas antes de responder às questões”, afirma Liliana. No psiquiatra, se descobriu que Rafael tem TDAH e ansiedade. Com o treino cognitivo-comportamental e o tratamento medicamentoso, porém, o garoto, hoje com 15 anos, conseguiu reverter vários sintomas e se prepara para prestar vestibular.
Nem todos, porém, têm a sorte de receber um diagnóstico precoce. Daí advêm as complicações. “Podemos fazer um paralelo entre os transtornos mentais e a diabete. Em ambos, você não vai curar a pessoa, mas quanto mais cedo é a intervenção, maiores as chances de reduzir seus impactos”, avalia o psiquiatra Christian Kieling. “A lacuna entre quem tem algum transtorno mental e aqueles que recebem o atendimento especializado é muito grande”, avalia Dévora Kestel, assessora regional de Saúde Mental da Organização Panamericana de Saúde (Opas). No Brasil, o governo federal planeja os primeiros passos. “Estamos começando a pensar uma política integrada entre os ministérios para cuidar da saúde mental na infância”, informou Paulo Bonilho, coordenador nacional de Saúde da Criança do Ministério da Saúde. Medida mais que necessária para desarmar a bomba-relógio do estresse infantil.
INCOMPREENSÃO
Sem um diagnóstico, o psiquiatra Jorge Simeão cresceu sob a tensão de
não conseguir ser “normal” como os outros. A dificuldade em se lembrar
de coisas e o esforço para se concentrar eram constantes fontes de estresse
  Massacre traumático
Até um ano atrás, um estudante armado invadir um colégio e atirar contra seus colegas era algo distante do imaginário brasileiro. A cena era usualmente associada a alguma tragédia americana – país que concentra 70% de ataques desse tipo. Desde 7 de abril de 2011, porém, o Brasil passou a integrar essa estatística. Wellington de Oliveira, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, invadiu o colégio e disparou contra alunos e funcionários, deixando 12 mortos. “É preciso atenção após tragédias, pois elas são importantes gatilhos para os transtornos mentais, em especial o do estresse pós-traumático”, avalia Fábio Barbirato, chefe do setor de psiquiatria da infância e adolescência da Santa Casa do Rio. Por isso, desde o massacre há um esforço coletivo para apagar essas marcas. No atendimento psicológico, que se iniciou no dia seguinte ao incidente, já passaram 90 crianças e 100 adultos. Cerca de metade deles segue em tratamento. Caíque, um menino de 3 anos que perdeu a tia Jéssika Guedes no massacre, ficou durante muito tempo perguntando quando a jovem voltaria para a casa. “Ele perguntava para quem ia à escola se Jéssika estava lá.” Com apoio psicológico, está aos poucos assimilando que a tia não voltará mais. Como ele, várias crianças e famílias ainda sofrem com a tragédia. “Pode demorar anos para esses efeitos negativos serem contornados”, disse à ISTOÉ o psiquiatra Timothy Brewerton, um dos responsáveis pelo atendimento às vítimas do massacre de Columbine, ocorrido em uma escola americana em 1999. Para ele, à medida que se aproxima o marco de um ano da tragédia, é preciso mais cuidado. “A efeméride é uma espécie de gatilho para novas reações emocionais.” 






Como mostrado na figura acima, desde o ventre a criança já sofre algum tipo de estresse. Alguns, como o primeiro dia da escola, são absolutamente normais e cabe a nós termos sabedoria para lidar com os medos dos desafios dos nossos filhos.  Mas existem outros fatores que incrementam o estresse infantil, como o bullying e a nossa própria cobrança que podem atormentar toda uma infância, porque o mundo anda cada vez mais competitivo e como ninguém ter um "loser" dentro de casa, muitos pais acabam pesando a mão na hora de esperar resultados das suas crianças.

Que Deus nos cubra de sabedoria, porque o negócio é sério!

De Antes de Agora - I

Eu admiro muito quem usa agenda.  Sabe aquela pessoa que tem tudo anotadinho, seus compromissos, pagamentos, acontecimentos? Acho o máximo. Porque eu, definitivamente, não consigo usar agenda, de jeito nenhum. Não me lembro de ter tido problemas em adquirir agendas, porque todo ano eu ganho, mas não consigo usá-la.  Mas já tive diários e me odeio só de pensar de ter jogado fora as minhas primeiras anotações da época da adolescência, em que vivia muito atormentada, não somente por conta da própria ocasião - a tal adolescência - mas porque assim vivi até muito tempo depois.  Gostaria de ter, hoje, os registros das minhas aflições, das dúvidas, das descobertas, das decepções.  Não sei o motivo, mas um dia, lá no passado, joguei meus diários fora.  Alguns vários anos depois, voltei com um novo diário, que guardo ainda hoje, mas cuja última anotação deve ser de uns 6 ou 7 anos passados.  Mas ele está lá, guardadinho, e quem sabe daqui a uns outros anos eu vá lá visitá-lo e ler mais aflições, dúvidas, descobertas e decepções.

Como havia uma relutância besta da minha parte em ter um blog, que nada mais é do que um diário, só que eletrônico, tentei fazer um diário dos primeiros momentos da minha experiência materna, só que, mais uma vez, larguei o caderno no fundo do esquecimento, até que um dia resolvi colocar essas memórias aqui. Mas aí, dando uma arrumada nas coisas, encontrei meu "primeiro diário de mãe", digamos assim, e gostaria de deixar registradas aqui as memórias que estão lá. Ah, sim, me lembrei que também tive um caderninho durante a gravidez, e só fiz isso porque minha amiga Denise me presenteou.  Hoje eu vejo o quão importante foi anotar aqueles momentos de tanta surpresas, algumas boas, outras estranhas, que também vou colocar aqui.

Seguem, então, alguns registros de fatos e momentos que ocorreram antes de agora e que mostram  também o quanto eu já errei nessa curta estrada como mãe.



31/03/10 - 21h10

Davi está cada dia mais fofo. Anda soltando uns gritinhos que parece que quer falar. Reconhece muito bem a voz do pai, fica todo bobo.

Agora estamos no dilema da creche.  Eu vou levar; Paulo vai buscar.  Vai ser pedreira, mas não temos alternativa, pois não conhecemos ninguém de confiança para ficar com ele aqui em casa. Por outro lado, acho que creche ajuda a criança a se tornar mais sociável.

Meus dias de "do lar" estão começando a acabar, e por mais que Davi me dê uma surra nos horários de sono - ele não me deixa dormir de jeito nenhum - já estou começando a sentir falta desses momentos em casa.  APESAR do verão terrível que tivemos - afinal, só comecei mesmo a curtir a casa há pouco tempo - esses foram os melhores dias de TODA a minha vida.  Vou sentir muita falta do meu filho, por isso estou vivendo cada segundinho por completo.


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18/04/10

Hoje Davi foi apresentado ao Senhor na Igreja. Foi o 2º momento mais importante da minha vida, pois o primeiro foi seu nascimento.

Mas antes disso, hoje, pela manhã, perdi minha paciência com meu filho de 3 meses e meio.  Depois de ficar praticamente a noite toda sem ser alimentado, pois havia mamado pela última vez à meia noite, só tomou uma mamada no peito em torno de 4 da manhã.  Às 6, não mamou.  eu fiquei muito aborrecida, frustrada, pois quero que meu filho se alimente bem e tenho percebido que Davi está com uma certa dificuldade na amamentação.  Eu sei que eu tinha que aprender que EU é quem tem que se adaptar ao ritmo dele e não ELE aos horários estabelecidos pela pediatra.

Já está com 5.430 kg e 60cm e muito fofo.  Mas ainda não está dentro do gráfico do Calendário de Vacinas.  Aliás, ele vai ser vacinado daqui a 2 semanas.

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20/04/10

Hoje meu filho de apenas 3 meses me deu uma baita lição de vida e de mãe.  Confesso que ando bastante cansada, esgotada, pois não consigo descansar, pois há sempre várias coisas para fazer.

E aí que ele, de uns 2, 3 dias para cá, não vem mamando como EU ACHO que ele TEM QUE mamar.  E aí, depois de uma noite em que fui parar na emergência dentária com dor de dente (óbvio), estava, às 6 da manhã,  mais esgotada ainda, pois além de ter chegado em casa às 2 da manhã e ter acordado às 4 para dar o peito, ele não pegou a mamadeira!

Fiz uma coisa da qual me arrependo amargamente: enfiei a mamadeira praticamente pela goela abaixo dele, no desespero que ele fosse alimentado!  Depois, com muita irritação, joguei a mamadeira e o lencinho no chão, coloquei Davi no berço e me tranquei no quarto.  Quanta ignorância com um bebê de 4 meses! Eu me condeno e me odeio por isso.

Aí, fomos à cardiologista, que me deu u m "chega-prá-la" na choramingação e disse que ele está ótimo, cada mês melhor.

Depois, fomos à AMIU e Davi está com broncólite (?), pois está tossindo e espirrando muito.

Eu tenho que saber que o ritmo dele não é o meu.  O relógio dele não é o relógio que está pendurado na parede.

Eu amo meu filho profunda e loucamente, afinal, ele foi aguardado todo esse tempo.  Não gosto nem de pensar na *m* que fiz, na grosseria e ignorância num bebê inocente, puro e pequenino.

Foi um momento que eu quero tomar como lição, para nunca mais repetir aquele gesto.  Não posso mais, NUNCA MAIS fazer o que fiz.

Eu amo meu filho.

Amo meu filho.

Amo meu filho.

EU AMOR MEU FILHO MUITO MUITO, MUITO, SOU LOUCA POR ELE!

EU TE AMO, DAVI, MEU FILHO!


Nota:  Minha neurose com a alimentação do Davi havia chegado aos píncaros do desespero,  porque vivia preocupada com o seu peso, já que ele havia nascido com 2.210kg e com 45cm, muito pequeno, além de estar geralmente influenciada por algumas mães que mostravam seus bebês rechonchudos e fofinhos, enquanto que o meu era magrelo, como eu comentei aqui. Acrescente a isso meu amargo arrependimento por ter agido daquela forma, totalmente desesperadora.  Depois desse dia, Davi foi internado com bronquiolite, pneumonia e um pouco de  atelectasia pulmonar.

Depois tem mais algumas outras coisinhas...

Craftices - Caixas e Apostilas

A gente sabe que não está fácil para ninguém, né.  Então, outro dia eu ganhei 3 apostilas como essa  (não, infelizmente não fui eu quem fez curso na FGV).  Estavam inteiríssimas e ótimas para se transformar em álbuns de fotos.

 

E foi exatamente o que eu fiz.  Passei a base acrílica para cobrir essas imagens e depois cobri com esse tecido que eu achei muito bonito porque tem umas rosas e uns arabescos bem interessantes.  Comprei também esse pano lilás que parece que está remendado com outros retalhinho.



Depois eu coloquei papel para scrapbook, para cobrir a parte interna.  Mas Davi e suas mãozinhas nervosas acabou mexendo e rasgou um tantinho, mas nada que sangrasse muito.


Também pintei essas caixas mas com tinta PVA, para cobrir as imagens.  Depois cobri com um pano ultra-vagaba que me deu muito trabalho, porque era muito fino, safado mesmo, além de ter bebido toda a minha cola.  Não deu para fazer um acabamento muito bom, mas como é para colocar algumas roupas de cama e ficar dentro do armário, então serviu para o propósito. É fazendo e aprendendo, né.




 Eu já tinha a ideia de forrar as caixas, mas pintá-las primeiro com a tinta PVA eu sei que vi em algum blog e peço que se você conhece ou é a/o dona(o) da ideia, me diga que eu dou o crédito, porque é muito feio a gente pegar a ideia de outra pessoa e dizer que é nossa.

Espero que tenha gostado!

Como assim, Cara Pálida?

Filho do grande rei Davi, ao ser coroado rei de Israel Salomão não pediu mais poder, riquezas e glória, pediu sabedoria.  E me parece que sua sabedoria já existia exatamente aí, porque eu penso que quando muita gente alcança um patamar na vida, seja pessoal ou profissional, quase nunca pede sabedoria. O vilão geralmente quer o domínio total sobre alguma coisa ou  pessoas; o extraterrestre, a destruição do planeta Terra. Por aí vai. 

Não é necessário ser cristão/evangélico/crente/protestante para apreciar o Livro de Eclesiastes, que reune os sábios pensamentos daquele rei judeu. No capítulo 3, por exemplo, Salomão lista uma série de coisas  que acontecem dentro do seu próprio tempo, como nascer e morrer. É meio óbvio, mas quando a gente olha para tanta cara botoxada o que se vê é uma espécie de tentativa de negar essa realidade e de se prolongar a juventude em detrimento da velhice, como se a primeira fosse mais importante do que a segunda.  Por mais que a tecnologia e as descobertas científicas prolonguem a vida ou a juventude no afã de exterminar a velhice, um dia a morte chega e ela não livra a cara de ninguém, com ou sem botox.

Por outro lado, o que se vê nesses tempos bicudos é uma infância roubada da sua infantilidade, da sua inocência, da sua pureza.  Como eu já havia comentado aqui, tenho verdadeiro pavor de criança com aquela precocidade forçada que leva alguns pais a se deliciarem com um comportamento fora da idade que ela tem.  Não me canso de repetir que tenho pânico de ver crianças se comportando como adultos, seja na forma de falar ou de se vestir ou até mesmo de pensar, porque meu estômago não se acostuma com essas bananas verdes de jeito nenhum.

Uma das coisas que me tem chamado muito a atenção é quando a criança, às vezes com uns 3, 4 anos, diz que está "namorando". Como assim, n-a-m-o-r-a-n-d-o, cara pálida? Ah, está com uma  namoradinha na escola, no prédio, na rua.  Eu não sei o que me apavora mais, se é a minha fértil imaginação ou a cara de satisfação misturada com a boca salivada de orgulho dos pais. Eu fico me perguntando o que essa criança entende por namorar até porque, nos dias de hoje, namoro tem significados dos mais variados e  quando eu ouço que uma criança que nem sabe escrever o nome está "namorando" eu tenho vontade de correr para as colinas e enfiar a cara num buraco!

É fácil cair nessa armadilha, porque no fundo o que a gente procura também é a afirmação da sexualidade da nossa criança. Se for menino, por exemplo, tem que ser "pegador", mesmo que esse garanhão ainda esteja nas fraldas e só consiga dormir com uma bela mamadeira pendurada na boca.  Se for menina, bom,  aí eu não sei direito, mas o que não faltam são pais que enchem o peito para dizer que sua bonequinha está namorando, mesmo que isso tudo não passe de uma brincadeira-de-criança.  Como assim, brincadeira-de-criança, cara pálida?

Ah, Luciana, mas a maldade está é na tua cabeça!  Mas eu não estou falando de maldade, pelo menos entre as próprias crianças. Pelo menos-não-ainda. Mas não consigo ver esses namoricos como uma inocente "brincadeira de criança".  Se a menina brinca de boneca ou o menino de médico, entendo que eles estão afundandos naquele mundo lúdico que é peculiar à idade.  Agora, imagina o menino brincando de ginecologista e a menina tirando a blusa para dar de mamar à sua boneca?  Não vai me dizer que não seria estranho? Ou a gente se esqueceu que elas copiam T-U-D-O?

Veja, não estou aqui para pregar moralismo, porque não é esse o meu papel, mas eu sempre faço um apelo para que a gente deixe a criança viver a infância dela em paz, tentando evitar jogar sobre ela essa carga de expectativas que criamos para nossos filhos.  Não é fácil, porque eu sei a gente só quer o bem da criança, mas não custa nada se dar um toque de vez em quando.  Algumas coisas da vida têm seu tempo natural para acontecer, e nem sempre uma brincadeira é de criança, pois algumas infâncias por aí já estão bem envelhecidas, sabe.

Portanto, se a sua menina de 12 ou 14 anos ainda brinca de bonecas ou se o seu menino é meio bobalhão, deixe rolar à vontade, porque eles terão bastante tempo para se tornarem adultos chatos como os adultos são. E que quando crescerem namorem bastante e que continuem a namorar mesmo depois e casados, porque esse será o tempo para essas coisas, não é não?

(Tá, eu sei que eu sou muito xarope...)




Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante Dele

Eclesiastes 3:14


E o verão, heim? Já se foi! E se dependesse de mim não voltaria nunca mais!  Ah, meu outono chegando lindo, fresquinho e me lembrando de colocar o nebulizador em Mode ON!

Um Brinde



Um brinde à 10ª anestesia geral.

Sei não, se depender das milhagens, o próximo brinde poderá ser uma viagem à Disney...


(Davi ganhou essa bola ontem lá na Prontobaby, quando foi fazer a última (?) dilatação do canal da uretra antes da próxima cirurgia. Está meio caída, mas ele adorou, até porque, como eu já disse, criança gosta de tudo, né)

Viu como a caminhada é longa?


Como Conciliar Carreira e Maternidade

Matéria da Revista Istoé desta semana.

Saiba por que hoje é possível ser mãe e ao mesmo tempo construir uma trajetória profissional bem-sucedida

por Adriana Nicacio e Fabíola Perez

A dúvida é inevitável: ser mãe atrapalha a vida profissional?
Ao contrário do que ocorria havia pouco tempo, as empresas não consideram mais a gravidez das funcionárias um estorvo. Além da diminuição do preconceito, a própria sociedade mudou. Babás e creches qualificadas dão o suporte que as famílias precisam, horários alternativos de trabalho possibilitam às mães passarem mais tempo com as crianças, e até as novas tecnologias (smartphones, tablets, computadores pessoais) podem ser importantes aliados, permitindo que muitos profissionais trabalhem em casa. No mundo atual, não faltam exemplos de executivas bem-sucedidas. A auditora Vânia de Souza, 50 anos, é mãe de dois filhos, de 21 e 16 anos. Em 1986, ela entrou como trainee na KPMG – uma das quatro maiores auditorias do mundo – num ambiente predominantemente masculino. Tornou-se sócia e agora é responsável pela área de energia elétrica da companhia. “Sempre fiz uma segregação muito forte: no trabalho sou auditora e em casa sou mãe”, diz. A seguir, descubra os caminhos para conciliar carreira e maternidade. 




Apesar de saber que muita coisa está mudando nesse sentido, ainda há muitas mulheres que adiam a decisão de ser mães por medo de perder o emprego (o que não foi o meu caso), porque ainda existem empresas que pensam que filho é atraso de vida.  Mas a cultura está mudando, pois a atuação da mulher no mercado de trabalho está cada vez maior. E viva nós!


Craftices - MMA Ultimate Fight com Prateleiras

Como havia comentado aqui, meu feriado de carnaval foi um agito só, porque o mosquitinho da craftice me picou e agora eu ando super atacada, tudo "culpa" da Núbia Mara!  Descobri - óóóhhh - que às vezes não é necessário muito dinheiro para a gente dar uma levantada na nossa casa, e muita coisa pode ser reaproveitada ou feita com material simples e barato.

Depois que fiz essa caixinha, resolvi também fazer uma prateleira/estante/armário para as canecas. Achando que seria molezinha, acabei tomando uma coça e me quebrei toda.  O samba do crioulo doido foi assim:

Comprei 6 prateleiras dessas daí, que me custaram a fortuna de R$ 2,99 cada uma.  Apesar de ser um pouco pesada, essa prateleira é de uma madeira bem macia - acho que é pinho ou pinus. Usei 5 dessas e deixei 1 para o caso de algum acidente de percurso.


Tem troco para R$ 3,00?

Para as laterais, comprei também mais 2 prateleiras, maiores, que me custaram exorbitantes R$ 9,99 cada uma.

E para R$ 10,00?
Aí eu acho que o angú começou a encaroçar a partir desse ponto.  Para tentar adiantar o serviço, pintei e já envernizei as prateleiras.


Depois que fiz umas trocentas marcações, porque não queria que as prateleiras tivessem a mesma altura, chamei o marido para furar as prateleiras laterais (mesmo sabendo usar a furadeira.  Sabe qual o nome disso? Exploração!). E ao invés de furar as duas juntas, furamos separadas.  E aí deu diferença, né.

Veja que o tanque também serve como apoio/ateliê/oficina

No Octógono: Prateleiras x Marceneiros de Araque

E agora para montar? O que deveria ter sido uma operação simples quase se transformou  numa luta de dar inveja ao Anderson Silva.  Mesmo sabendo que não-era-o-certo e como não conseguíamos fixá-la, ao invés de colarmos e usar parafusos colocamos pregos. P-r-e-g-o-s!!!!! Tá bom para você?

Socão direto na fuça nº 1: A prateleira começou a rebolar para todos os lados, sem falar que Davi ficava mosquitando ao redor, tentando sentar em cima dela e querendo pegar martelo, prego, tinta e tudo o que estivesse no meio do caminho. Resultado?  Prateleiras 10 x Marceneiros de Araque 0. Resolvemos, então, parar por ali e esperar o feriadão para fazer com mais calma e menos mosquitação de criança.
Vêm se meter a besta comigo, vem?

E durante o carnaval tomamos muita... vergonha na cara e recomeçamos quase do zero, porque tivemos que desmontar, remarcar, refurar e, enfim, parafusar a dita cuja ("parafusamos" uma pinóia, porque quem fez o trabalho pesado foi o marido, pois mesmo sendo macia, as prateleiras são um pouco durinhas e tem que colocar um pouco de muita força para apertar os parafusos, e isso deixa as mãos cheias de calos horrorosos!).  Toda essa pancadaria deixou a bichinha cheia de hematomas e buracos, o que fez com que eu tivesse, também, que repintá-la.

Violência gera violência...

Socão direto na fuça nº 2: Já montada, tive que passar massa para madeira, para cobrir a buraqueira que ficou,  e lixar de novo.  De certa forma, até que nem tudo foi tão trágico porque a ideia era fazer a parte interna e externa de amarelo, uma faixa lateral de vermelho, além das laterais das prateleiras que ficaram azuis com bolinhas brancas, para combinarem com a caixa de xicrinhas, mas aí iria ficar muito carnavalesco.  Optei, então, por pintá-la com a mesma cor que a da outra caixa, mas aí a tinta não foi suficiente e eu tive que misturar com outra que eu já tinha e que também estava pela metade (o verniz também  tinha acabado, tive que passar um outro que secava mais devagar). No final, ela ficou com vários defeitinhos de pintura, mas como eu já estava cansada e de saco cheio, deixei do jeito que ficou e, quem sabe, um dia eu pinto com mais amor no coração.



Enfim, depois de toda a (re)trabalheira, a dita cuja foi colocada na parede, ao lado daquela caixinha das xícaras.  E aí eu me dei conta de que tenho pouquíssimas canecas, simplesmente porque não tinha onde colocá-las. Sempre que ia a lojas de departamento me dava vontade de comprar, mas aí desistia por causa disso e porque não iria ficar acumulando caneca pelos cantos.  Mas agora que tem esse armário aí vou enchê-la com canequinhas bonitinhas, mesmo que não haja necessidade para tantas(mas a gente precisa-ter-necessidade para comprar???).

Quantas canecas?

Minha cozinha é comprida, mas não é muito larga, por isso que eu estou tentando explorar as paredes ao máximo.  Para tirar essa foto, por exemplo, eu tive que tirar a geladeira do lugar para poder ter uma visão mais ou menos geral da prateleira! Viu que a foto está meio torta?

Ó, vou te contar: houve horas em que deu vontade de jogar tudo pela janela, mas aí eu correria o risco de matar alguém no play, porque se meter a marceneiro sem ser foi uma bela lição.  O negócio nem era tão difícil, e às vezes é aí que a gente se quebra, porque o que é fácil pode se tornar um tormento.  E outra: fazer craftices com Davi rodeando, pedindo colo, colocando aquelas mãozinhas nervosas  em tudo e querendo sentar em cima das coisas foi um teste de paciência para ser monge beneditino (se bem que eu acho que sem ele por perto tudo isso não teria muita graça, sabe).

Enfim, o "porta canecas" até que ficou bonitinho, mas eu ainda tenho que me acostumar com ele na parede, porque além de ser maior, as laterais são mais largas e "comeram" um espaço que estava vazio por muito tempo.

Enquanto isso, Davi vai fazendo suas dilatações mensais e é bem provável que seja operado na próxima semana.  Mesmo queimando a cabeça, essas coisas me fazem bem, porque eu me sinto útil e deixo a casa mais bonitinha e me desestresso dessa trajetória longa, que já dura 2 anos.

Até mais! Para o alto e AVANTE!!!!!

Mudanças

Estou começando em uma nova área no meu trabalho e como é normal, toda mudança causa um estranhamento.  Mesmo sendo na mesma empresa, é um local novo, quer dizer, não tão novo assim, pois voltei para o prédio onde havia começado, há 1 década.  Mas mesmo assim, os ares são novos e também as pessoas.

Depois que a poeira da mudança abaixa - literalmente -, quando a gente rearruma a nova/velha mesa com nossos badulaques e outras tranqueiras que usamos no dia a dia, bate uma espécie de solidão esquisita, e boa, além daquela velha/nova expectativa de que coisas boas irão acontecer e também aquele frio  na barriga com a chegada do novo, mesmo que já seja um pouco velho. 

Mas chega de filosofia barata por hoje.  Fique com algumas cenas dos próximos capítulos da luta do século: Prateleiras x Marceneiros de Araque.

Aguarde!

Vai rolar muita pancadaria!

Sangue, suor e muita mosquitação de criança!



Do Túnel do Tempo....

Outro dia eu recebi um e-mail com fotos de coisas de tempos atrás, da minha época, da minha geração.  Acho que  muita gente já viu essas imagens, mas de vez em quando é bom fazer uma viagem aos nossos tempos para relembrar aquilo que achávamos "fantástico" e que na visão de agora parece que se tornaram até ingênuos.

Vamos lá? Algumas imagens estão até bem caídas, mas a nostalgia faz o mesmo efeito.

Melissa Verão


Eu tinha uma Melissa que era cor de Coca-Cola, e tinha também o cheiro do refrigerante.  Havia algumas que também era purpurinadas.  E a moda era usá-las com meias.  Em pleno verão!

Calça US-Top

Não me lembro, mas é bem certo que tive, porque essa calça todo-mundo-tinha!!!

Caixa registradora 

Muitas operadoras de caixa tinham que fazer os cálculos de cabeça, por isso é inacreditável que hoje, com as caixas totalmente informatizadas, ainda tem gente que fica enrolada para dar o troco.

Brinquedos





Eu não fui uma criança que teve muitos brinquedo, mas também  não me interessava muito por quase nada.  Eu gostava era de ler.  Teve uma época em que eu lia muito gibi, e fiquei um tempo obcecada por histórias de lobisomem, vampiros e mortos-vivos.

Esses aí de cima? Passaram longe.

A Coca-Cola



A Coca-Cola inventou uma maneira fácil de viciar as crianças, lançado brinquedinhos como o ioiô e as garrafinhas, por exemplo. Era só juntar sei lá quantas "tampas" de coca-cola e trocar por esses trecos aí. As garrafinhas eram de vidro e as tampas de metal, igual à original e o grande mistério era se o líquido da garrafinha era coca-cola ou não.


Doces e outras Porcarias





Eu nunca perdi meu paladar infantil.  É assim até hoje.  Algumas dessas porqueiras aí já saíram do mercado, depois de um tempo voltaram com outra cara ou desapareceram de vez, como o biscoito dos monstrinhos creck, que mereceram a falência, porque eram bem ruinzinhos. E o Ki-Suco? Em quase todas as casas havia Ki-Suco, pelo simples fato de que não era muito barato comprar refrigerantes.   Detalhe também para os famosos cigarrinhos de chocolate, totalmente impróprios para os dias de hoje (eu apóio!).

Coisas Moderníssimas



 Muita gente diz que o som do vinil ainda é melhor do que o do CD. Talvez seja nostalgia mesmo. Era comum também gravar várias músicas na fita K7 e o melhor gravador era quem fizesse a melhor mixagem.  E quando surgiu o walkman? Uau, quanta tecnologia, ter rádio e toca fitas num mesmo lugar. Agora vou confessar uma coisa: além do Tim Maia, eu também fiz curso de datilografia e hoje posso me gabar por digitar com os 10 dedos, tá!  E o curso era na máquina mecânica, dura, que depois foi substituída pela máquina elétrica da IBM, que depois ficou brigando com a máquina eletrônica da Olivetti!

Teu Passado te Condena




É, até a Madonna usou cabelão cheio e muito batom vermelho.  Era tudo exagerado. No começo dessa década também começou a febre religiosa de fazer ginástica, com a Olívia Newton John cantando "Physical" direto e mandando todo mundo entrar em forma.  E o kichute?  Era sapato de menino, mas algumas meninas também usavam.  Eu usei.

Vai um Som Aí?


Gente, o que eram os Menudos? Eu detestava esses meninos, mas as meninas da escola choravam e gritavam por eles.  Era apaixonada mesmo pelo Boy George e na minha doce ingenuidade, achava que ele se pintava de mulher só para "causar". Tolinha, eu, né.  E essa negona aí com pinta de andróide é a Grace Jones. Essa mulher, além de ser atriz tem uma voz que vocês não fazem ideia!  Ai, as malditas ombreiras.

É claro que tem muito mais coisa, mas quer saber? O que eu mais sinto falta dessa época é dos doces que não existem mais.  Só!