Tão Pequenos e já Pressionados pela Balança

Apesar de ainda achar que Davi poderia ser um pouco mais cheinho, já não me debato mais com o fato de que ele, até agora, é magro. Por outro lado, não deixo de me preocupar com a onda de obesidade e sobrepeso que tem arrastado muitas crianças para tratamento médico, não somente para perderem peso como por conta de doenças como a diabetes e a hipertensão.

A matéria da revista Istoé  desta semana, que é o título deste post, aborda esse assunto. Creio que a leitura não ocupa espaço nem tempo.

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Tão pequenos e já pressionados pela balança

Livro destinado a meninos e meninas de 4 a 8 anos causa polêmica ao associar magreza a popularidade e chama a atenção para a epidemia de obesidade infantil. No Brasil, uma em cada três crianças está com excesso de peso

Paula Rocha e Wilson Aquino 


MAIS LEVE
Guilherme, 10 anos, sofria com as provocações de seus colegas.
Com a ajuda da família, mudou de hábitos e emagreceu
Maggie tem 14 anos e está acima do peso. Seus quilos extras a tornam insegura e solitária. Decidida a mudar esse quadro, ela começa uma dieta e passa a praticar exercícios físicos com regularidade. Após muito esforço, se transforma na estrela do time de futebol da escola e é reconhecida por todos os colegas, ganhando fama e popularidade. Esse conto de fadas açucarado, enredo mais do que comum nas produções americanas para a plateia infantojuvenil, está mobilizando a opinião pública dos Estados Unidos. Maggie é personagem de ficção do livro “Maggie Goes on a Diet” (“Mag­gie faz dieta”, em tradução livre), escrito pelo autor nova-iorquino Paul Kramer. Com publicação prevista para outubro, a obra já coleciona desafetos por associar magreza a sucesso e sugerir que crianças de 4 a 8 anos de idade, público-alvo do título, devem fazer dieta. 

“É muito perigoso associar magreza a sucesso. Essa atitude só reforça o preconceito contra os gordos. E ser magro não significa ser mais bonito ou saudável”, afirma José Candido Cheque, psicólogo e coordenador do Grupo Obesidade Atendimento Multidisciplinar Infantil (Goami) da Universidade Guarulhos. Em sua defesa, Kramer, o autor do livro, afirma que apenas desejou alertar pais e filhos para um problema que cresce a cada refeição: a obesidade infantil. Polêmicas à parte, estatísticas apontam que o excesso de peso na infância já pode ser considerado uma epidemia mundial. Nos Estados Unidos, país com a maior incidência de obesidade infantil no mundo, uma em cada três crianças está com sobrepeso ou obesa. Dessas, aproximadamente dois milhões são extremamente obesas. Aqui no Brasil, nas duas últimas décadas, a obesidade entre crianças de 5 a 9 anos aumentou mais de quatro vezes (leia quadro). 

E o que parece ruim hoje pode piorar muito, alerta Maria Alice Bordallo, coordenadora do setor de endocrinologia pediátrica do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro. A endocrinologista conduz há cinco anos uma pesquisa que investiga as complicações de saúde apresentadas por crianças com excesso de peso. Enfermidades como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, colesterol alto e excesso de gordura no pâncreas e no fígado, que eram típicas apenas em adultos. “Isso não existia há 30 ou 40 anos. São fatores de risco para doenças cardiovasculares, que passaram a ser observadas também em crianças”, diz Maria Alice, salientando que 80% dos pequenos com excesso de peso hoje serão obesos na vida adulta. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou que em 2040 o Brasil vai ser campeão em óbito por doença cardiovascular. E em 2040 os adultos serão justamente as crianças de hoje. Daqui a dez anos a obesidade no Brasil vai ser maior do que nos EUA.”

Entre os principais vilões da saúde infantil está a mudança de hábitos alimentares das novas gerações, que consomem cada vez mais produtos industrializados e recheados de calorias. Bolachas e frituras sempre fizeram parte da alimentação de João Vitor, 6 anos. Morador de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o garoto apresenta índice de massa corporal (IMC) de 20.15, quatro pontos acima do ideal. Preocupada, a mãe, Rosangela Amaral, 46 anos, que faz salgadinhos e doces para festas, procurou ajuda no Hospital Pedro Ernesto, onde João recebe acompanhamento médico e nutricional desde janeiro. “Ele já aprendeu a gostar de maçã, mas ainda falta muita coisa”, admite. 

A redução da prática de atividades físicas também pesa na balança. Um levantamento feito pelas secretarias de Estado da Saúde e da Educação de São Paulo com 2,5 mil estudantes do quinto ao nono ano do ensino fundamental e do terceiro ano do ensino médio revelou que, pela primeira vez, os alunos do ensino médio estão 20% mais ativos do que seus colegas do fundamental. “Essa mudança de comportamento acende um alerta. Indica que, a cada geração, o problema da falta de atividade física se agrava”, diz Victor Matsudo, coordenador do Programa Agita São Paulo. Brenda Gerônimo, 9 anos, nunca foi fã de esportes. Aos 8 anos e com 1,60 m de altura, chegou a pesar 63 quilos. Sua mãe, Helena Gerônimo, 41 anos, percebeu o tamanho do problema por meio de uma ilustração. “Vi um desenho que Brenda fez dela mesma com o corpo enorme, ocupando toda a folha de papel, e embaixo a legenda ‘A Brenda é horrorosa, parece uma baleia’”, conta. “Aquilo cortou meu coração.” Decidida a procurar apoio para a filha, Helena conheceu o Goami, da Universidade Guarulhos. Nos seis meses em que mãe e filha participaram do grupo, a garota emagreceu cinco quilos e Helena, oito quilos. 

“O acompanhamento de uma família não dura dois ou três meses, mas sim dois ou três anos”, conta Vera Lúcia Perino Barbosa, presidente do Instituto Movere, organização não governamental que atende gratuitamente famílias de baixa renda em busca de orientação no combate à obesidade em São Paulo. Desde que foi criada, em 2004, a entidade já ajudou 1.500 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, que apresentavam quadros de obesidade e sobrepeso. Entre eles está Guilherme, hoje com 10 anos. O menino, que há dez meses tinha 1,55 m de altura e 68 quilos, virou motivo de chacota dos colegas. Hoje, com cinco centímetros a menos de cintura, come frutas, legumes, verduras e comemora o ganho de agilidade. “Agora me sinto mais leve e gosto de jogar futebol”, diz Guilherme, orgulhoso. E sem pressão.

Talvez a maneira como o assunto foi abordado no livro possa ter sido mal colocada, porém, não deixo de concordar com o fato de que a aparência influencia, e muito, na popularidade, independente da faixa etária em que se encontra a pessoa. Falo com propriedade de quem foi uma adolescente com sobrepeso e com baixa popularidade naquele período da vida, e sei o quanto esse tipo de cobrança e pressão podem danificar o processo de formação da autoestima.

Acredito que muitas pessoas concordem que a busca pela perda de medidas não pode se dá em função da aparência somente - senão, só os magros seriam saudáveis e felizes!  Sei que a qualquer momento eu também posso me encontrar na mesma situação de muitas mães e pais que estão se esforçando em ajudar seus filhos na busca de uma mudança de hábitos alimentares mais saudáveis.

Mas, ó, também não precisa ficar igual ao Sportacus, ok?

Um




Hoje este blog completa 1 ano de vida! Olha, sem querer mim gambá, 1 ano na blogosfera é muita coisa, uma espécie de prova de resistência, e eu não imaginava que iria chegar a tanto!  


Assim como uma criança, o blog começou meio cambaleando e, apesar de já um pouco mais firme sob as próprias pernas, ainda cai aqui e ali, mas tenta se levantar sempre.


Quero agradecer a todos que aqui já passaram e também àquelas pessoas que, através deste espaço, conheci e compartilhei algumas experiências. Devo confessar também que este blog me salvou de uma possível insanidade.


E se o mundo não acabar em 2012, que este blog complete mais vários outros anos, e que eu possa conhecer mais outras tantas pessoas, para dividir as conquistas, as experiências e também as neuras!


Um abraço a todos e espero encontrar sempre com vocês por aqui.


Receba virtualmente um pedaço desse bolo aí em cima, e pode cantar o "Parabéns da Xuxa". Hoje eu deixo.


Muito obrigada!



Os Sobreviventes

A partir de 2012 será proibida a comercialização de mamadeiras plásticas que contenham a substância bisfenol (ou BPA) em sua composição.  Só agora essa medida chega às terras brasileiras, mas o BPA "também foi proibido em alguns países da União Europeia, Canadá, China, Malásia, Costa Rica e 11 Estados americanos."

Sinceramente, confesso que, até então não me havia atentado para esse detalhe na compra de mamadeiras para o Davi. Diante disso, o que me restou foi um enorme sentimento de incompetência, visto que outras mães já tinham ouvido falar desse novo fantasma que, entre outros estragos, "...simula no organismo a ação do hormônio estrogênio, podendo causar desequilíbrio no sistema endócrino."  Meu Deus, onde eu estava até agora???

Apesar de existirem mamadeiras sem BPA, já sinto um movimento de volta às mamadeiras de vidro, que realmente estão acima do bem e do mal, porém, com preço médio R$ 45,00. Cada-uma, ok? E se considerarmos que a quantidade razoável de mamadeiras gira em torno de 8 a 10, então, façam as contas. Claro que a iniciativa de se pesquisar e retirar o que é prejudicial à saúde é sempre bem vinda, mas eu me pergunto: como conseguimos sobreviver às coisas que hoje não são mais usadas, ou porque foram substituídas por outras praticidades ou porque se tornaram inimigas-número-um de nossas criancinhas?

Alguém se lembra das fraldas de pano, que eram utilizadas com as "calças-plásticas"? Com o advento das fraldas descartáveis, tão práticas e (agora) poluentes, as fraldas de pano foram demonizadas por causarem tantas assaduras e acabaram caindo em desuso em muitos lugares. Mas não é que agora elas estão voltando com toda a força e majestade? Claro, dessa vez super estilosas e sem as calças-plásticas! Ah, sim, o preço? Uns R$ 15,00 ca-da-uma, ok? Sim, porque geralmente aquilo que caiu em desuso e ressurge mais estiloso, vem sempre mais caro, vide as mamadeiras de vidro, por exemplo. Uma coisa meio vintage, entende?

Para prender as fraldas de pano, era necessário o uso de alfinetes, lembram? Como as crianças de outros tempos conseguiram sobreviver sem que sua barriginha fosse furada por um alfinete assassino usado para prender as fraldas-de-pano-com-calças-plásticas? Sim, por certo que houve, em algum momento, uma espetadinha aqui ou ali, mas a criança corria risco de o alfinete se abrir sem ser percebido e machucá-la seriamente.

Como é que as crianças não morreram asfixiadas com o talco? Pois o uso do talco para o tratamento de assaduras era muito comum, porém, com o perigo de asfixia, também foi abolido, abrindo caminho para as pomadas das mais variadas. Sem falar que, antes do surgimento do talco, tão cheirosinho, era muito comum o uso do bom e velho amido de milho no bumbum e no corpo das crianças.

E o umbigueiro? Sim, aquele pedaço kilométrico de pano que envolvia a cintura da criança a fim de proteger e apertar o umbigo, de forma que ele não fosse contaminado e que também não estufasse e se tornasse uma  enorme hérnia, que mais parecia um caroço ou um botão no meio da barriga? Além disso, a criança só poderia tomar um banho inteiro somente depois que o umbigo caísse. Umbigo "bem curado" era prova de aquela mãe era muito competente e cuidadosa, sabia?

Hoje em dia ainda há controvérsias a respeito da maneira de se colocar a criança para dormir, a fim de que ela não tenha morte súbita ou que engasgue: de lado ou de barriga para cima? Berço inclinado ou não? Com ou sem travesseiro? E quando não havia essas informações, como sobreviveram?

Indo um pouco mais para trás da História, imagine a época em que as pessoas não tinham o hábito de tomar banho diariamente e, sim, semanalmente"Primeiro entrava o chefe da família, seguido dos homens, por idade, a seguir as mulheres, também por idade,e por último, caso houvesse, os bebês." Daí aquela expressão que diz "não jogue a criança junto com a água".
 
E houve uma época em que as mamadeiras de vidro também foram deixadas de lado.  Com a descoberta  e o desenvolvimento da moldagem do poliestireno, os itens plásticos se tornaram comuns em todos os lares. Uma geração de crianças foi alimentada por mamadeiras plásticas, que continham uma substância chamada bisfenol (ou BPA) em sua composição, que depois descobriu-se ser causadora de uma miríade de estragos,  como, por exemplo, simular no organismo a ação do hormônio estrogênio, o que pode causar desequilíbrio no sistema endóc... êpa! Mas essa não era a introdução deste post?

Esses são alguns exemplos que me vieram à mente, mas é certo que havia tantos outros métodos de cuidados que hoje são até escandalosos às mães modernas e super antenadas com o que há de mais novo nesse sentido.  Mas, por mais óbvio que pareça, muita gente sobreviveu. Inclusive muitas daquelas crianças que eram as últimas no banho semanal da família.

A modernidade nos trouxe descobertas que ajudaram e muito a diminuir a mortalidade infantil e o desenvolvimento de doenças nas crianças. Acredito que a geração de Davi é muito privilegiada, pois está servida dos mais avançados estudos, métodos, tratamentos e medicações que existem mundo afora. Porém, como bem diz minha amiga Laura Lyz, os ignorantes é que são felizes, e talvez por isso muita coisa tenha dado certo, quando tinha tudo para dar errado.


A Caixa



É impressionante a quantidade de remédios que reunimos quando temos criança em casa.  Se antes uma cartela de aspirina ou  dipirona eram suficientes, depois que os filhos chegam, uma filial da farmácia também se instala em nossa casa. No lugar da famosa "caixinha de remédios" que continha muito mais esparadrapos, band-aid, ou mesmo alguns antiácidos, encontra-se uma respeitável CAIXA com os mais variados tipos de xaropes, pomadas, seringas, termômetros, copinhos dosadores, entre outros remédios pediátricos.
Em apenas 1 ano conseguimos acumular uma quantidade considerável de remédios de dar inveja ao mais genuíno hipocondríaco. Porém, o que mais me assusta não é a quantidade em si, mas o quanto sobra daquilo que é utilizado. Porque muitas vezes, a ministração de tal ou qual remédio consome menos da metade do frasco ou da caixa, e aí, o que se faz depois? Sim, porque depois tem sempre um outro remédio, que é indicado para a mesma coisa!  Acredito que não exista alguém mais feliz no mundo do que os representantes de laboratórios de remédios pediátricos! Então, a caixa se abarrota de remédios e remédios, um mais novo que o outro na praça, mas que serve para o mesmo problema.

Em algumas situações a quantidade de remédio a ser ministrada é exatamente a mesma que será comprada, o que já é um grande alívio, pois o fato de ser consumido por completo nos dá uma leve sensação de que o nosso dinheiro - em forma de xarope, geralmente - não vai ficar parado dentro da caixa, esperando a validade expirar.  Existem aqueles que são ministrados uma ou duas vezes e ficarão dormindo dentro da tal caixa.  Há também aqueles remédios que são presença constante e permanente, porque serão utilizados  quando a gente já sabe o que fazer caso  a criança  apresente uma febre ou uma diarréia. Nesse caso específico, que fique claro: isso não significa ministrar remédios sem  orientação médica, de jeito algum!
No nosso país, somos contempladas com os medicamentos genéricos,  uma ideia genial para baratear os custos dos remédios, que são a cópia fiel daqueles que são fabricados pelo laboratório que detém a patente. Mas cuidado: medicamento genérico não é medicamento similar. Portanto, preste muita anteção quando for a uma farmácia e o atendente disser que só tem o remédio similar.  Nesses casos, pergunte ao médico de sua criança se, ainda assim, a compra é válida. A meu ver,  porém, na ausência do genérico, o melhor é comprar o original, mesmo sendo mais caro. Nada vale mais do que a saúde dos nossos filhos.
Bem que poderia existir uma espécie de farmácia de remédios usados, de forma que pudéssemos trocar os medicamentos que temos por aqueles que iremos precisar. Não seria legal?  Mas poderíamos fazer uma troca entre as mães que conhecemos, que tal? Na verdade, não sei se isso é ilegal, até porque estaríamos trocando remédios receitados pelos médicos, que fique claro novamente!  Eu sei que, na hora do aperto, a gente sai tresloucada e entra na primeira farmácia que aparece na nossa frente, mas seria interessante se um dia fizéssemos um levantamento na CAIXA-enorme-de-remédios, a fim de trocarmos ou mesmo doarmos para quem está precisando.  

Uma outra dica: Esqueça a imagem que ilustra esse post. Sempre que for ministrar algum remédio para sua criança, use uma seringa (sem a agulha, claro!).  Já existem remédios que vêm com uma seringa dosadora, o que facilita não somente a ingestão da criança - porque geralmente remédio de criança é líquido - mas também porque a gente coloca a dose exata.  Se você ainda não experimentou, vai ver como é prático utilizar seringas ao invés de ficar se descabelando com o tamanho variado de colheres de sopa ou de chá, ou ficar equilibrando aqueles malignos copinhos dosadores.  Além de evitar que o remédio vire ou seja expelido pela criança, você não corre o risco de dosar para mais ou para menos.  E coloque sempre o remédio no canto da boca e não diretamente na garganta da criança, senão ela engasga, né!

Viu como esse blog é chique e de utilidade pública?


Crtl C + Crtl V = Repeat

Eis que chega a hora de se tomar muito, mas muuuuuito cuidado. Por enquanto, o cuidado é com o que se faz, com os gestos e sons, porque todas essas coisas serão repetidas.  Sim, eis que temos, agora, um ser que copia, cola e repete, na maior cara de pau.

E quem ousará dizer que crianças não observam tudo, absolutamente tudo? Quem acredita que um gesto, um som, até mesmo um programa de TV não é copiado e reproduzido pelos pequenos?  Só nos damos conta desse momento quando a criança faz, do jeito dela, claro, alguma coisa "feia" que nós fazemos.  Aí, sim, vem aquele susto, meio injustificado, afinal, elas são umas verdadeiras esponjas, sugando o que é bom e ruim. O que não faltam são exemplos.

Houve um tempo - na minha geração e antes - em que os pais tinham liberdade para fazer o que quisessem. Quem fumava, bebia ou falava palavrão, não tinha a menor preocupação se sua criança estava observando, pois imperava o princípio do "faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço".  Era simples, rápido e direto.  Não posso dizer que toda a criança que observou seus pais dando esses exemplos  se tornou um adulto fumante ou um alcóolatra ou um boca suja. Pelo contrário, muitas, até mesmo por conta disso, decidiram passar longe desse modelo.  Já outras, quando alcançaram uma certa liberdade, ou por conta da idade ou por uma independência financeira, não se furtaram em fazer e-x-a-t-a-m-e-n-t-e aquilo que seus pais faziam e que lhes era proibido fazer, como se fosse uma espécie de vingancinha, talvez para mostrar a todos que ela já era dona do próprio nariz. Há também aquelas pessoas que até fazem o que seus pais faziam, só que, na frente deles, jamais! Não sei se é falta de coragem ou excesso de vergonha.  Sei lá. 

O fato é que, a partir de determinado momento - que eu não sei precisar - nós, pais, somos o alvo da atenção da nossa criança.  Estamos sendo "vigiados" o tempo todo, observados por aqueles olhinhos brilhantes e cheios de curiosidade. Creio que muita gente tem alguma história desse tipo para contar, sua ou de sua criança.  Algumas bem engraçadas, outras, apavorantes.  Minha mãe conta que um dia,  ao me observar, ela percebeu que havia algo estranho no meu rosto. Ela olhou, olhou e procurou, até que viu que a minha sobrancelha estava cortada pela metade.  Ou seja, em algum momento, eu a vi tirando a sobrancelha - COM LÂMINA - e simplesmente copiei e repeti! É por essas e por outras que eu acredito que Deus protege as crianças, porque eu bem poderia ter me rasgado toda.  Até hoje, minha sobrancelha é falhada, mas poderia ser pior. 

Há casos bem engraçados e outros bem fofos, como quando a nossa criança começa a dar tchau ou a mandar beijinhos por exemplo. Mas, e quando ela começa a arrotar? E quando ela come de boca aberta? E quando ela joga algum lixo pela janela do carro ou mesmo na rua? Sinceramente, eu não acho a menor graça, por mais engraçado que, estranhamente, possa parecer. Claro que a gente também não vai ficar se vigiando nos mínimos detalhes, porque aí já vira neurose, né. Por outro lado, dizer para criança não fazer aquilo que  "feiamente" fazemos deve dar um nó gigantesco na cabecinha dela. Porque nós somos vitrine, e é em nós que elas têm a referência para o seu crescimento e descobertas.

Portanto, se você acha que está sendo filmado só dentro do banco ou no shopping, não se esqueça que ao seu lado podem estar uns olhinhos espertos e bem abertos,  prontos para copiar, colar e repetir o que você faz e fala.

E ainda dizem que é a vida da bailarina que é difícil....

Maddy Jackson

Escrevi aqui a respeito de crianças, principalmente meninas, que "amadurecem" um pouco fora da idade. Nessa ocasião, dei o exemplo dos concursos de miss infantil, tão comuns na terra do Tio Sam e que espero que nunca cheguem aqui em Pindorama - se bem que, já que copiamos tudo de lá, até que está demorando a chegar.
E quando a gente pensa que já viu de tudo nesses termos, eis que surge a notícia sobre Maddy Jackson, uma menina de 4 anos - QUATRO anos - que concorre a miss infantil. Sua mãe, do alto de toda a sabedoria que lhe foi imputada não sei por quem, e para que sua filha alcançasse uma performance espetacular no papel da cantora country Dolly Parton, além de um bônus "extra" na competição, colocou  na menina seios e bumbum como enchimentos, além de uma roupa colante para "marcar as curvas" na apresentação.


Maddy Jackson mal largou as fraldas e já ganhou seios. Com uma roupa colada, enchimento no bumbum e nos peitos, a menina de quatro anos, que participa de concursos infantis de beleza desde os nove meses, chocou até mesmo as pessoas mais acostumadas com os exageros desse tipo de competição.
Para fazer um cover da cantora Dolly Parton durante um concurso, a mãe Lindsay Jackson, colocou seios, peruca, maquiou a filha e vestiu uma roupa colante nela, para marcar bem as “curvas” da pequena. Quando questionada no programa Today, da NBC, sobre os métodos necessários para vencer a competição, Lindsay declarou: “Para algumas pessoas, é um exagero, mas para nós isso acontece... é normal. Quando ela usa os seios e o bumbum falsos, ganha um bônus extra”.
Mas nem todos concordam com a visão de Lindsay Jackson. Até mesmo o estilista de Maddy, Michael Booth, considera os enchimentos um exagero. “Eu não sou um grande fã do equipamento nos seios dela. Ela é muito jovem, mas espero que os juízes encarem isso como de bom gosto”, disse ele nos bastidores do concurso.
Algumas pessoas já encaram os artifícios dos concursos de beleza para crianças como algo polêmico, já que poderia influenciar outras meninas a adotar o comportamento precoce. Alguns grupos lançaram protestos no Facebook contra as competições e ganham cada dia mais adeptos. “É absolutamente repugnante”, opinou Teresa Spence Bruce, uma das participantes da manifestação na rede social.


Fonte: http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=383212


 Só uma palavra: Lamentável

Definição

  

"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo!

 Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de  perder algo tão amado.

 Perder? Como? Não é nosso, recordam-se?  
Foi apenas um empréstimo".




A frase é atribuída ao escritor português José Saramago. Autêntica ou não, ela resume a fantástica aventura de ter filhos.