Enfim, mas....

Enfim, consegui ver Davi fazer xixi.  Mas não fiquei tão efusiva quanto esperava.  Talvez porque não esperasse que o jato estivesse tão fino (será mesmo que eu não esperava ou, lá no fundo, bem no fundo, achava que sim?).

Pelo menos o que se constata é que a fístula está fechada e não há nenhum outro buraquinho à vista, só o canal da uretra que, por não ter o custome do uso, está estreito, o que significa que teremos que fazer uma dilatação.  Ou algumas, não sei.  Iremos tirar os pontos na próxima quarta-feira e só nesse dia é que saberemos dessa necessidade.  Enfim, meu filho agora está urinando como deveria urinar desde sempre.  Mas tem esse... hum.... probleminha.  

Não sei dizer exatamente qual é o meu sentimento, se de alívio em saber que ele não será mais operado, pelo menos por enquanto, já que haverá a cirurgia estética, ou se tem uma pitada de frustração por ver que o jatão de xixi que eu esperava não veio.  O que eu sinto, ou pressinto, sei lá, é que talvez-quem-sabe teremos que voltar àquela rotina de fazer dilatações mensais, o que significa centros cirúrgicos e anestesias...



 Aproveitei este fim de semana aguado para terminar os vasinhos que repintei, em homenagem ao Dia do Índio - também.  Em breve, pouco em breve, dividirão espaço e atenção com as minhas "pretinhas", essas bonecas fofíssimas que eu tanto amo, e que vivem sob a ameaça de decapitação por parte de determinadas "pessoas" naquela casa.


Eu só sei fazer bolinhas, pontinhos, bolinhas e pontinhos...


Aproveitei também para dar um pulinho lá no meu (ui) pomar com Davi e colhemos algumas acerolas para um suco delicioso.  Não deu para tirar muitas, mas aos pouquinhos a gente vai enchendo o papo, né.


Como eu já disse, tirar fruta do pé é podre de chique, não é?




E segue minha homenagem ao meu time amado, Campeão da Taça Rio:


 Botafogo, seu lindo!


De Antes de Agora - IV

28/04/10

Estamos no fim do 7º dia de internação. Amanhã incrivelmente fará 1 semana dormindo aqui dentro.  Acho que a coisa foi realmente muito braba.

Davi está muito bem, palavras da médica - não sei qual o nome dela, a da manhã.  Porém, a esperança de ter alta hoje obviamente que acabou, pois a médica não retornou com o resultado do raio X, que definiria nossa saída.

Acabamos também de trocar de quarto.  Incrível como esse quarto - 208 - passa bem menos a sensação de claustro, apesar de ser um dos últimos do corredor.

Confesso que já estou bem saturada de ficar no hospital.  Ok, ainda é melhor do que ficar batendo cabeça aqui e ali, afinal, aqui o Davi está sendo acompanhado e tal.  Mas eu estou começando realmente a ficar agoniada.  Por não estar em casa, me sinto numa prisão, me sinto sozinha aqui, por mais que haja TV, telefone.  Quero minha casa,meu filho, meu marido.  Realmente eu não esperava que fosse passar esse tempo todo aqui.

Ok, têm situações bem piores? Sim, mas 1 dia dentro de um hospital é tão diferente de 1 semana, 1 mês, 1, ano, 1 década? Acho que sim, mas, como ainda estou há pouco tempo, talvez não veja diferença alguma.

Temo pelo futuro próximo do meu filho.  Será que ele realmente está bem? Torço por uma criança que venha a ter as complicações comuns de cada etapa da sua vida, mas essa longa estadia me deixou mais preocupada ainda.

Estou realmente cheia de ficar aqui.

A médica até agora não aparece e eu não tenho a menor ideia do estado de saúde do meu filho.


Nota: Lendo hoje essas anotações, vejo que eu estava meio reclamona, sabe.  Talvez porque eu ainda não havia enfrentado as cirurgias de Davi, mas o que me deixava agoniada era não somente a "prisão" da internação, mas as poucas informações sobre o estado de saúde do Davi.

Quando a gente olha para os turbilhões que já passou na vida às vezes percebe que tem uma força que vem não sei de onde, que nos sustenta nesses momentos.  Era tudo muito novo para mim, mas era um novo que me preocupava mais do que me deixava curtir os primeiros meses do Davi, o que me deixava cada vez mais neura....

Essa é a penúltima parte do "diário de bordo" dos primeiros dias de Davi.  As partes I, II e III estão aqui, aqui e aqui.

Semana que vem levaremos Davi para a retirada dos pontos e para fazer mais uma dilatação.  Ainda não vi Davi fazer xixi completamente, porque ele vive de fraldas o tempo todo e esses dias estão um pouco frios para ele andar pelado em casa.  Mas quando isso acontecer, eu venho aqui correndo para contar!


Não me Arrependo Nenhum Pouco

Acho que o título correto seria "Não me Arrependo Nem Um Pouco", mas como não é meu não tenho o direito de mexer.  Ainda assim, me identifiquei com essas palavras e as trouxe para compartilhar.  Espero que goste!






Sonhei muitos sonhos que nunca se tornaram realidade,
Eu os vi desaparecerem ao amanhecer.
Mas se concretizou o suficiente de meus sonhos
Para fazer-me continuar a sonhar.

Fiz muitas orações para as quais,
ao que parecia, nenhuma resposta viria
Não obstante, esperei com paciência e por muito tempo.
Mas veio o suficiente de respostas para minhas orações
Para fazer-me continuar a orar.

Plantei muitas das sementes que caíram à beira do caminho,
Para que os pássaros se alimentassem.
Mas peguei em minhas mãos o suficiente de trigos dourados
Para fazer-me continuar a plantar.

Confiei em muitos amigos que me desapontaram
E me deixaram chorar sozinho.
Mas o suficiente de meus amigos agiu com lealdade
Para fazer-me continuar a confiar.

Bebi do cálice da frustração e da dor,
E passei muitos dias sem uma canção.
Mas bebi o suficiente do néctar das rosas da vida
Para fazer-me querer continuar a viver


Autor: Howard Goodman



Veio daqui:  http://libertosdoopressor.blogspot.com.br/

Índios e Craftices

Algumas datas históricas geralmente tendem a cair no nosso esquecimento na medida em que nos tornamos adultos.  A gente até se lembra, ou porque viu que está escrito no calendário ou porque alguém comentou - talvez porque também tenha visto no calendário - porque, em termos gerais, esses dias passam despercebidos.  

O Dia do Índio, por exemplo, eu creio que passa batido na memória da maioria das pessoas.  Mas quem tem filho em escola acaba lembrando exatamente por causa disso, quando vê sua criança chegar com alguma pintura no rosto ou um cocar, porque se não for assim, é mais um dia como outro qualquer, até porque não é feriado.

A história das Américas não pode ser contada sem se lembrar da figura do índio, que foi o primeiro habitante dessas terras, e a gente sabe o quanto esse povo sofreu por causa das colonizações americana, portuguesa e espanhola.  E a cultura indígena está presente em quase todos os países americanos, mais fortes em alguns, como México e Bolívia, ou mais distantes, como Argentina ou EUA.  

Algumas etnias deixaram legados históricos que impressionam até hoje pela sua complexidade arquitetônica ou matemática, como é o caso dos Maias e Astecas.  No caso do índio brasileiro, bem, acho que deixaram mesmo foram alguns costumes, como as lendas e as comidas.  E se você tem uma rede para descansar em sua varanda ou gosta de saborear uma crocante tapioca, isso é a presença indígena nos nossos costumes.

Apesar de o Dia do Índio ter sido lá na última quinta-feira eu queria muito ter levado o Davi no Museu do Índio no domingo, onde havia uma série de atividades e apresentações, mas o tempo chuvoso nos trancou em casa.  Aproveitei, então, para fazer uma... hum.... homenagem aos povos indígenas, e mudei a pintura de uns vasinhos muxibinhas de lá de casa.

Mas é aquilo de sempre: tudo em várias paradas, faz um pouquinho, deixa secar, dá atenção ao Davi - porque quando eu estou em casa o dia todo ele fica uma cola - faz outro pouquinho.  Ou seja, como eu já falei, o que pode ser feito em 1 ou 2 dias leva alguns fins de semana.

Como eu sou péssima em desenho, passei uma fita ao redor do vaso e comecei a pintar para formar figuras geométricas e não perder meu tempo nem minha paciência.


Não há vida aqui




Comecei a pintar no sábado o vaso da esquerda, que já está prontinho.  O da direita eu comecei a pintar à mão livre e aí ficou essa belabosta, além do que, o nativo que chegou lá em casa queria colo o tempo inteiro e enquanto eu tentava pintar acabei borrando em vários lugares.  Note também que minha técnica ucraniana de pintar ovos para a Páscoa fazendo pontinhos (ou pintinhas, vá lá) também serve para decorar as figuras e também ajuda a disfarçar as melecadas.

O tal nativo é esse aí, que apareceu lá, dizendo: mim querer morar aqui na tua aldeia.  Aí eu, que sou uma pessoa de bom coração, abri a porta, ele entrou e armou sua barraca permantente lá em casa.




Gataiada

Eu não gosto de gatos, mas essa achei essa coleção de imagens muito fofa e quero compartilhá-la aqui.


Gato flanelinha

Gato malandro
Gata paneleira

Gato folgado -- e corajoso
Gato borracheiro

Gatinho da viola
Gatos verdes
Gato fofoqueiro
Gato equilibrista
Gato matinal
Pé de gato
Eco-gato
Gato virtuose
Gato de pilha fraca
Minha cama é pouco para mim
Gato nenê
Gatos em fila
Gato esquentado
Gato erudito
Esticando os ossinhos
Gato sequinho
Gato-batman
Soninho reparador
Não faça isso em casa!
Trabalho demais...


Me diz se não são fofos? Achei aqui, ó: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/tema-livre/fotos-hilarias-sou-gato-durmo-onde-quero-do-jeito-que-eu-quero/

De Antes de Agora - III

26/04/10

Entramos no 5º dia de internação.  Davi está com boa aparência, mas ainda está com pneumonia.  A médica informou ontem que o pulmãozinho direito dele ainda tem uma grande parte tomada pela pneumonia e, por conta da CIV, o cuidado com ele redobra.

Ontem recebemos a visita dos tios Marquinhos e Zoraia e hoje a Dê esteve aqui.  Caramba, como é bom e saudável  receber apoio nessas horas, por mais simples que seja o problema!!!  É revogorante.  Tanto no sábado quanto ontem, quando Paulo e minha mãe foram embora, deu um vazio, uma sensação de abandono enorme.  Parecia que eu e meu filho estávamos à deriva no mundo e essa é uma sensação horr´vel!  Fico imaginando o abandono de várias mullheres e crianças mundo afora...


Mas, voltando ao Davi, apesar de eu achar que ele estava um pouco abatido e menos "reclamão", todos o acharam bem, inclusive e principalmente as médicas.  Incrivelmente, ele está mamando 90ml de 3 em 3 horas! Coisa que NUNCA aconteceu lá em casa e que foi motivo de alguns momentos de desespero da minha parte.


Agora à tarde fui dar uma voltinha lá fora, pois estou aqui dentro deste quarto "meio claustrofóbico" há um bom tempo.  Daqui não dá para saber se é dia ou noite (sem as horas, claro), se chove ou faz sol.


Ainda não temos a menor previsão de alta mas, pelo menos, ainda estou de licença e de férias até o fim de maio.


Nota: A Prontobaby, apesar de às vezes ser meio bagunçada, é um lugar de bom atendimento pediátrico, até porque é o lugar onde o Dr. Martinelli & Equipe trabalham e que são pessoas em que eu confio plenamente.  Uma criança internada é também um adulto internado, geralmente a mãe.  E ficar internado, mesmo que no melhor hospital do mundo, não é das coisas mais agradáveis.

Davi já havia sido levado para o quarto há uns 3 dias, de onde só saiu para fazer alguns exames e voltava rápido.  O problema é que a maioria dos quartos da Prontobaby tem uma janela mínima; algumas abrem-se para uma parede externa, então, a sensação de claustrofobia é bem marcante, e esse era um dos motivos de minha agonia naquele lugar.  Se por um lado ficar num quarto é bom para a privacidade, por outro, quando as visitas vão embora, a sensação é bem esquisita.

"De Antes de Agora" foi uma tentativa de fazer um diário dos primeiros dias com Davi. As partes I e II estão aqui e aqui.



É Hoje. Ou não!

Eu não me encontro no grupo de supersticiosos.  Não creio que existam bruxas, pelo menos aquelas clássicas medievais, vestidas de preto, com um nariz enorme com uma verruga enorme e cabeluda e que voam em vassouras.  Sei que existem outros tipos de bruxas e bruxos, que vivem de maquinar o mal para os outros, além do que, dizem também que dentro de toda mulher há sim uma bruxinha, boa e má.

É muito interessante essa história de superstição, porque se você perguntar a alguém por quê ela não gosta da sexta-feira 13 é bem provável que não vá ter uma resposta com um mínimo de sentido ou de lógica.  A gente cresce ouvindo que sexta-feira 13 é um dia macabro e ponto.  E eu acho que quem mais sofre nesse dia são alguns gatinhos que, por uma "infelicidade" da natureza, nascem pretos. 

Claro que há, sim, fundamentos  históricos que explicam essa implicância com a data de hoje, e isso vem de lá da Idade Média, uma época cheia de manias, superstições e mistérios que ainda se refletem nos dias de hoje.  É só fazer uma pesquisa básica na Internet e podemos encontrar as origens dessas crenças.  O que muitas vezes não conseguimos é encontrar uma explicação razoável que justifique as superstições ainda hoje.  

Passar por baixo de uma escada, por exemplo, é uma delas, porque dizem que dá azar. Mas que azar? Para mim, o azar é a escada se fechar no exato momento em que eu passar por baixo dela, ou algo ou alguém cair em cima da minha cabeça, e isso bem pode acontecer na quinta, dia 12!  E hoje em dia, com a obrigatoriedade de uso de EPI'S (Equipamentos de Proteção Individual), qual responsável por uma obra vai deixar um funcionário abrir uma escada sem isolar o lugar? Portanto, as chances de se passar por baixo de uma escada, nos dias de hoje, é cada vez menor, mesmo que a força da superstição continue a mesma.

Muitas dessas lendas e superstições já passaram por experimentos científicos e ficou provado que não passam de lendas e superstições, cismas, que colam na nossa cabeça e não saem nunca mais.  Quer ver?  Quem se arrisca a tomar um copo de leite depois que come uma manga? Sim, porque a gente aprendeu que manga com leite mata, não é? Mas mesmo hoje em dia, sabendo que isso não passa de história criada lá na época da escravidão, é raro encontrar uma receita culinária que misture manga e leite, não é? A gente até pode ingerir as duas coisas, desde que não sejam juntas, afinal, para que se arriscar? Mas alguém sabe de pessoas que morreram com essa mistura?

Muitas vezes é até engraçado ter alguma superstição. Outras nem tanto.  Uma vez eu ouvi uma moça dizer que não pendura as blusas lavadas com a gola de cabeça para baixo, porque dá azar ou atrasa a vida, algo assim.  E se ela aprendeu isso com sua mãe, também não deixou de passar para sua filha, que faz exatamente a mesma coisa.  E é aí que eu, implicante, acho que às vezes essa história de superstição é querer carregar pedras sem necessidade, sim, porque existem pessoas que sofrem muito com isso, não somente porque têm medo de alguma consequência sobrenatural, mas também porque não conseguem abrir mão dessa crença.

O que eu sei é que eu nem tive oportunidade de implicar com a sexta-feira 13, porque 13 é o dia do meu aniversário! E quando cai numa sexta-feira eu simplesmente a-d-o-r-o, porque eu consigo provar para mim mesma que pelo menos essa superstição não tem fundamento. E apesar de não gostar de gatos, nesses dias acabo até sentindo um carinho especial por eles, coitadinhos, porque pode até ser que não sejam sacrificados, mas alguns são menosprezados e até maltratados.

Hoje está fazendo um dia lindo, cheio de sol e bem quente. Talvez por causa da agitação da cidade grande muita gente nem se dê conta de que hoje é uma sexta-feira 13, até dar uma topada e torcer o pé, ou bater com o carro, ou ser roubado, ou ser demitido, porque aí tudo acaba tendo um toque de mistério e azar.  As chances de se encontrar algum gato preto até são boas, mas passar por baixo de uma escada está ficando cada vez mais raro.

Quanto a mim, apesar de não ter nenhuma superstição, ainda não provei a mistura de manga com leite.  Mas se tem uma coisa que eu evito é passar por cima de um bueiro, porque do jeito que as coisas estão, isso dá um azar danado, e nem precisa ser uma sexta-feira 13!


Quaaaaaaaase

Como eu vivo repetindo, esse processo de hipospadia é meio parecido com um jogo, onde a vitória nem sempre vem de uma vez só.  Em muitos casos, a criança tem que ser operada várias vezes, até que sua funcionalidade seja normalizada.  E nem sempre o fato de não abrir fístula significa que a criança está urinando normalmente, porque às vezes o canal da uretra - por ter ficado tanto tempo sem uso - fica estreito e o jato do xixi acaba saindo mais fino que o normal.  Viu como a estrada é longa?

E ontem levamos Davi para a revisão da cirurgia e o Dr. Martinelli ficou impressionado e muito contente porque os pontos estão muito bem fechados.  Aproveitou também para informar ao Dr. Clodoaldo - o "dono" do procedimento de fechamento de fístulas -, que reconheceu que meu "santo" realmente é forte e também ficou muito satisfeito.

Os pontos só serão retirados daqui a 2 semanas e na ocasião irá  eles irão fazer mais uma dilatação  - por causa do estreitamento do canal da uretra -, e que na hora de tirar os pontos pode-ser-que-talvez-quem-sabe abra-se uma fistulazinhainhainha....  Por enquanto, pediu para que eu deixe Davi andar um pouco pelado para que eu possa ver como está o jato do xixi,  e eu espero estar em TODOS os lugares em que ele vai urinar neste fim de semana!

Por ora, Davi ACHA que já sabe fazer xixi sozinho e eu não sei se ele está aprendendo isso na creche.  Tira a roupa toda, chega perto do vaso, que bate mais ou menos no meio da barriga dele, inclina a bacia e o piu-piu e solta um "xiiiiiiiiii" com a boca.  Pode isso?



Nada é 100%

A cirurgia foi muito boa.  Como já é de praxe, aconteceu lá no fim do dia, e Davi só não ficou mais tempo de jejum porque mamou antes das 10 horas da manhã.  No mais, é aquela agonia de sempre, porque a gente fica o dia inteiro esperando e esperando e querendo que chegue a vez e ela não chega.  Isso é muito desgastante.

Dr. Clodoaldo me vira e pergunta: seu santo é forte? Eu digo: Fortíssimo!  Por que?  Porque nada é 100% nessas situações de hipospadia, e pode ser que abra uma fístula, pequena, e que o xixi fique pingando. Aí vamos ter que esperar mais um tempo para fechar e se abrir outra, faremos a mesma coisa. Aí nessas horas a gente respira fundo e, claro, pede para que Deus não permita que isso aconteça, mas se acontecer... paciência.

Como eu comentei aqui, o processo de hipospadia é longo e ter paciência é um item fundamental, porque nem sempre as coisas saem como foram planejadas.  Mas me parece que tudo tem dado certo, apesar de ainda não ter tido a oportunidade de ver Davi urinar, já que ele vive de fraldas.  Até porque, mesmo que eu quisesse deixá-lo sem fraldas, seria preocupante porque ele quer ficar puxando os pontos, então, não sei dizer se ele realmente está urinando como deve urinar.

Estou me sentido como aquele maratonista que quando alcança a faixa de chegada se joga no chão de tão cansado.  Porque todo esse tempo - 2 anos corridos - foram basicamente dedicados a esse processo de tratamento da hipospadia do Davi e em todos eles eu não descansei, porque a tensão não me deixava descansar, mas quando a gente começa a ver a faixa de chegada parece que o cansaço acumulado começa a sair do corpo.  Foram tempos de tensão, de espera, de frustração, de expectativas e isso às vezes leva ao esgotamento, mesmo que a gente saiba que o final será bom.

Ainda faltam outros ajustes, como a retirada do capuxão, mas aí já é uma cirurgia estética.  O tão esperado dia da cirurgia não foi só um, foram alguns, e o que resta agora é ver Davi urinando normalmente e isso eu ainda não vi. Mas vou confessar uma coisa: depois de tantas idas e vindas, não é que dá um estranhamento essa "normalidade" toda?  Acho que acabei me acostumando a viver com menos de 100%.



E mais uma vez Davi foi contemplado com uma enorme bola.  Tudo bem que a Prontobaby está devendo mais 2, mas eu acho que a viagem a Disney não vai acontecer.


No domingo de Páscoa Davi recebeu de sua avó uma cestinha de ovos, que foram pintados por mim e recheados com amendoim com açúcar e chocolate.  Na noite anterior, colocamos as tradicionais patinhas do coelho que levavam a 3 ninhos de ovinhos de chocolate. Tudo bem que a minha técnica ucraniana de pintar ovos de galinha é, no máximo, fazer pontinhos e que as patinhas do coelho ficaram mais parecidas com pés de nem sei o que, mas como é a primeira vez que faço isso na minha-vida-inteira, então vou me dar um pequeno desconto, afinal.... nem tudo é 100%!

Claro que quando Davi viu aquilo tudo, deu um chilique, empacou e não quis seguir as patinhas para encontrar os ninhos de jeito nenhum!  Aí me dei conta de que tenho que ter paciência não somente com o processo da hipospadia, mas também com a idade dele...








Mas depois de um tempo, ele começou a colher os ovinhos e saiu abrindo todos-de-uma-vez!

Acho que essa é a primeira foto de Davi por aqui...

Espero que a Páscoa de todos tenha sido maravilhosa e que a mensagem principal - a ressurreição de Jesus - esteja nas nossas mentes e corações diariamente.