Uma garrafa ao mar e a espera


Quando, às vezes, me bate uma vontade monstro de fechar esse blog, vejo que ele funciona como uma mensagem dentro de uma garrafa lançada ao mar.   Porque fazer blog sem ser blogueira não é fácil.  Eu não sou blogueira, daquelas que têm uma quantidade razoável de pessoas que seguem, lêem e trocam contatos, mas creio que não falo para o vácuo. 

Meu objetivo, já comentei várias vezes, é  falar principalmente sobre a Hipospadia, um defeito congênito no órgão sexual do menino e que tem tratamento longo, a depender do seu grau, e que é o caso do meu filho Davi.  Contudo, como a vida é um círculo e em cada volta muita coisa muda, vou incluíndo outros assuntos, geralmente relacionados à infância e à maternidade, além de artesanato, que foi uma redescoberta na minha vida.

Tento não fazer uma geléia geral aqui, mas não me prendo ao assunto "hipospadia", até porque não sou médica ou especialista em nada, apenas quero dividir o que já experimentei nesses 4 anos convivendo com a hipospadia do Davi.  Nesse sentido, já conheci algumas mães cujos filhos nasceram com hipospadia e creio que através desse espaço tenho ajudado, de alguma forma, essas mulheres com suas dúvidas e angústias. 

A hipospadia requer paciência, como já bem falei algumas vezes.  Talvez por isso não haja tantas novidades no transcorrer do crescimento da criança, principalmente depois da(s) primeira(s) cirurgia(s).  Chega o momento de apenas esperar.  No caso do Davi, por exemplo, esperar que ele cresça para ver se a curvatura do seu piu-piu - chamada também de chordee - vai ficar mais acentuada ou não.  Esperar para ver se o seu canal da uretra vai continuar estreitando e, enquanto isso, voltar às dilatações.  Esperar que ele chegue à adolescência e que o médico lhe dê alta e diga que ele, a partir de então, estará em plenas condições de ter sua vida sexual da melhor maneira possível.   Esperar, enfim.  E esperar não é apenas um estado de coisas, é uma lição de vida, porque lidar com o stand by é uma forma de modelarmos a ansiedade, até porque, durante esse tempo, não há muito mesmo o que fazer.  

Assim como a garrafa lançada ao mar, espero que este blog alcance, de alguma forma, uma praia deserta onde haja um náufrago, para levar para ele - ou ela - alguma mensagem que seja útil e que lhe venha a ajudar de alguma forma possível. 

E enquanto a garrafa continua boiando pelos oceanos, o que se tem a fazer nada mais é do que... esperar.

#VaiterCopa!!!

A Copa do Mundo já começou!  Depois de 64 anos  nós, brasileiros, poderemos testemunhar a vitória ou derrota da Seleção Canarinho (ainda se chama assim?) no Campeonato Mundial.  Apesar dos inúmeros protestos, acredito que a população não abriu mão do carinho para com a Seleção Brasileira e que muito menos irá perder a oportunidade de torcer, vibrar e aproveitar a festa.

Aqui no Rio de Janeiro o clima, que também já é de festa praticamente o ano inteiro, está cada vez mais intenso, com uma revoada de visitantes de várias partes do país e mundo.  A chegada das delegações têm feito muitos estudantes se levantarem da cama pela madrugada, a fim de ficarem a postos nas portarias dos hotéis, na esperança de verem seus ídolos futebolísticos passarem.  Mesmo empenho não se faz quando é para realizar exames do ENEM ou do vestibular...  Além disso, os protestos - pacíficos ou não - serão parte integrante do evento, o que já se esperava que fosse acontecer.

Essa será a 2ª Copa do Mundo do Davi, e como ele está um pouco maior, já tem alguma noção do que seja esse momento, pois a escola, por sua vez, tem trabalhado o assunto e principalmente ensinado sobre o Hino Nacional, a bandeira brasileira e suas cores.  Nesse aspecto, acho super válida essa iniciativa, visto que nós, brasileiros, geralmente nos orgulhamos de nossa nacionalidade por ocasião de alguma competição esportiva e só, não é mesmo? Espero que a valorização ao nosso país se dê de forma mais abrangente, que tenhamos mais consciência do poder que temos através do voto, etc, etc, etc...


Da minha parte, já fui mais animada, mas o tempo e a maturidade foram me mostrando que posso, sim, torcer pela Seleção Brasileira sem ter que derramar meu sangue e minhas lágrimas por ela por um momento tão fugaz.  Por outro lado, é bastante interessante o fato de que quando temos criança, a empolgação em enfeitar a casa vem com muita força.  E isso aconteceu comigo este ano.

Eu não me lembro de ter pintado rua ou enfeitado casa nas últimas... hum... 10 Copas do Mundo na minha vidinha (sou do século passado, ok?).  Mas neste ano, resolvi fazer umas gracinhas em casa, nada demais, apenas colocar uns enfeites na varanda e comprar alguns badulaques e camisas para serem utilizados nos jogos.



Além disso, Davi ganhou um álbum de figurinhas desta Copa do Mundo, com o argumento de que serviria como memória de ter sido realizada em nosso país, coisa que deverá ser muito difícil de se repetir nas próximas gerações. Sob protestos, tenho gasto uma boa fortuna comprado figurinhas e apesar de não me lembrar mais quando foi a última vez que tive um álbum, lá no fundo tenho gostado dessa vibe de trocá-las e colá-las.




Como boa parte dos brasileiros e principalmente brasileiras, eu só me ligo em futebol mesmo é nessa época e gosto mais é da festa, porém, me junto aos indignados com gastos absurdos que foram feitos para a Copa do Mundo em detrimento de problemas que insistem em continuar nos maltratando.

Davi e sua corneta infernal

Se a Seleção Brasileira ganhar ou perder, certamente não irá mudar um níquel na minha rotina diária, muito menos no meu saldo bancário, mas espero que a festa seja pacífica e organizada e que o orgulho de ser brasileiro dure mais do que apenas 1 campeonato de futebol.

E hoje, deu Brasil por 3 x 1* sobre a Croácia (com um pênalti mal cobrado, a propósito).
*Corrigido

No mais... Feliz Dia dos Namorados!