Bienal do Livro 2013

A primeira - e a última - vez em que fui à Bienal do Livro deve ter sido há uns 10 anos.  Junto com minha amiga Denise, resolvemos participar do evento que, à época, não era tão badalado assim.  Em 1 década, porém, muita coisa muda, como a gente sabe, e aquilo que antes era pequeno ou até passava meio despercebido pode se transformar em um evento de proporções apocalípticas.



Este ano bati o pé para levar Davi à Bienal, a fim de que o moleque já se habitue ao universo da leitura.  Quer dizer, não é necessário levá-lo a uma feira de livros que acontece a cada 2 anos, já que eu leio para ele todas as noites antes de ele ir dormir, obedecendo àquela clássica rotina "conta outra vez" ou "de novo" a cada final da história.  E, como a grande maioria das crianças, Davi cisma com uma história a tal ponto de eu contá-la por meses a fio, até eu quase cair de sono.

Em se tratando do penúltimo dia, achei que não haveria tanta gente no local do evento.  Engano dos grandes.  O Riocentro estava abarrotado de gente, de todas as formas e tamanhos, nos mais diversos tipos de estandes.  Como diria o Luciano Huck, "loucura, loucura, loucura".

Transporte
Havia 2 linhas de ônibus que passavam pertinho de casa, porém, eles já vinham bem cheios.  Ir de carro não era o mais recomendável, já que temos uma obra no meio do caminho e o estacionamento custava R$ 18,00, um absurdo.  Tivemos muita sorte tanto na ida quanto na volta.  Na ida, estávamos num ônibus master cheio até que emparelhou outro, vazio, com ar condicionado.  Pulamos para esse e fomos confortavelmente.  Na volta, tivemos que pegar o outro ônibus "na unha" porque "bagunça" foi o outro nome para transporte para a Bienal.

Ingressos
A entrada inteira custou R$ 14,00, sendo que a meia entrada se encaixava em vários requisitos, entre eles, a criança ter menos de 1 metro de altura, por exemplo.  Como Davi tem mais que 1 metro de altura, compramos a meia entrada para ele, porém, na hora.... ele não precisou pagar porque.... não sei. Compramos com antecedência, durante a semana, pois eu soube que as filas das bilheterias estavam imensas. Só tivemos a ideia de termos podido vender a entrada do Davi... depois que entramos.  Agradeceria imensamente se, na próxima vez, as informações fossem bem mais claras.  Mas, tudo bem.

Preço dos Livros
Como entramos já no pavilhão onde só havia literatura infantil, achei os preços muito bons.  É aquele negócio: diante de tanta oferta, a gente fica meio tonta, com vontade de sair comprando geral.  Aí, é hora de respirar fundo e primeiro ver o que a criança quer para depois começar a analisar o que realmente vale a pena comprar.




No caso do Davi, que não é lá muito chegado em multidões e já estava com sono, pegamos um livrão com desenhos de dinossauros para colorir e aí ele não quis mais nada.  Como eu conheço a peça, não dei muita confiança e fomos adiante.



Havia livros a partir de R$ 3,00 e outros com o valor de livraria comum.  Comprei esses livrinhos que são bem básicos e que emitem o som do animal da história e que custaram R$ 5,00 cada.  Achei que foi um bom investimento e pretendo usá-los em doses homeopáticas porque, como disse, não adianta ler vários livros porque o Davi vai cismar com apenas uma história até se interessar por outra.



Comprei também esse, que é uma espécie de almanaque, com várias atividades  que vão desde ligar os pontos a encontrar os erros.  São 365 atividades, 1 para cada dia do ano, para variadas idades, então, achei também válida essa aquisição, porque creio que ele vá durar um bom tempo.



Este livro foi o próprio Davi quem escolheu, não pela história em si mas pelo binóculo que vem junto e que faz parte das histórias. A felicidade estampada no seu sorriso espontâneo para tirar fotos é realmente  contagiante - só que não.





Como o homenageado da Bienal deste ano era o Ziraldo, havia, óbvio, uma fila monstro para autógrafos, que durava em torno de ums 3 horas.  Bem que eu gostaria de ter também o seu autógrafo, porém, não quis submeter Davi a uma demora tão longa e depois... os livros dele estavam bem caros!  E aí eu pergunto: se os livros do homenageado - e é uma montanha de títulos - serão vendidos feito água no deserto exatamente por causa do interesse em se posar ao lado do autor e receber um autógrafo, por que continuaram tão caros?  Fui consultar o preço de um livrinho de umas 25 páginas, R$ 35,00! Oi?

Planeta Ziraldo
O espetáculo Ziraldo - Histórias ao Vento é formado pelas adaptações de dois textos consagrados do autor: FLICTS e O BICHINHO DA MAÇÃ. As histórias são apresentadas por um personagem importante da literatura do autor mineiro: O MENINO MALUQUINHO. O roteiro mescla trechos dos livros entremeados por canções originais compostas especialmente para o espetáculo. A música é tocada e cantada ao vivo.
 
Não, não consegui levar Davi para assistir, pois alguém anunciava num autofalante quase inaudível a distribuição de senhas (!!!!!!) com 1 hora de antecedência.  Pense num lugar entupido de gente e você com uma criança pequena tentando pegar uma senha para assistir a uma peça onde haverá um mar de crianças, num mar de outras pessoas...

Personagens
Não encontrei os personagens da Turma da Mônica, que tinha um estande festejando seus 50 aninhos de vida.  Não encontrei porque também não procurei muito por causa da multidão - nem sei se eles realmente estavam lá.  Mas a Galinha Pintadinha, que já virou arroz de festa, estava lá toda pomposa e elegante como sempre.


Havia também, entre Ben 10 e Homem Aranha, esse boneco aí, em tamanho natural, que é personagem do Assassin's Creed, um jogo eletrônico, ("analfa" digital chama game de "jogo eletrônico", licença, tá, e, claro, eu não faço a mínima ideia do que seja o jogo).  Não foi muito fácil fotografá-lo, pois havia um monte de gente (marmanja, diga-se) querendo fazer o mesmo (imagino que sejam as pessoas que jogam o... game).  Com algum custo eu o fotografei porque ele foi muito bem feito. Mas eu fiquei com medinho dele.  Vai que... né, o cara estava armado com um arco e flecha.



Alimentação e Carrinhos para Crianças
Nem cheguei perto da praça de alimentação, porque eu já sabia e já tinha ouvido falar que os preços estavam abusivos.  Como sempre faço, compro uns biscoitos, batatinhas, suquinhos de caixa e alguns chocolates para levar aos passeios do Davi e dessa vez não foi diferente.  Soube que um cachorro-quente, daqueles bem sem graça do tipo pão-com-salsicha-e-nada-mais estava custando R$ 8,00.  E o aluguel dos carrinhos para crianças? Veja a tabela.  É por hora!  O tempo de atravessar de um pavilhão para o outro.




Enfim, eu queria mesmo era ir na tarde de autógrafos do novo livro do Laurentino Gomes, 1889 (cuja fila deveria estar dando voltas no bairro), não somente para comprá-lo como também para autografar os 2 primeiros que eu já tenho: 1808 e 1822.  Mas... não, eu não teria disposição para enfrentar horas e horas e horas de fila, só se eu estivesse sozinha, o que não foi o caso.

Conclusão
1. Um evento do porte da Bienal do Livro jamais poderia se dar apenas no Rio de Janeiro ou em São Paulo.  É aquele mistério que eu não consigo desvendar: qual o problema com os demais Estados da Federação?  Porque o que não vai faltar, com toda a certeza, é público, e quando uma coisa dessas acontece em apenas 2 lugares, não há como evitar uma aglomeração absurda de pessoas.

2. Achei alguns livros com descontos muito bons, porém, não se iluda, algumas boas (e más) literaturas continuaram com o preço praticado em qualquer livraria.  Mais uma vez eu não entendo: é certo que a venda de livros e outras literaturas será grande numa Bienal, então, por que não colocam um preço mais popular?  Portanto, como reclamar que as pessoas não gostam de ler?  Pelo contrário: muitas pessoas gostam de ler, mas o preço dos livros às vezes funciona como um repelente e a leitura, no geral, acaba ficando restrita a quem tem recursos para pagar R$ 40,00 ou R$ 50,00 num livro, por pior que seja.

3. Como SEMPRE o transporte foi o grande vilão da história, principalmente quando se trata de algum evento que de grande porte.  Levamos 2 horas para ir e 1 hora para voltar para casa e olha que tivemos sorte em pegar ônibus vazios.  Agora, imagina na Copa?

4. Não sei se vale realmente a pena levar crianças para a Bienal, pelo menos crianças até 4 anos de idade.  Vi muitas crianças no colo e em carrinhos, muitos bebês mesmo, várias dormindo.  Acho até interessante, mas como se trata de um lugar muito cheio, acho que as crianças, no geral, ficam entediadas, assustadas e bastante cansadas se forem muito pequenas.  Não existe a mínima possibilidade de, estando com uma criança, tentar assistir a alguma palestra de autores diversos.  "Como lhe dar"?

5. Ah, se eu comprei alguma coisa para mim?  Não, vou comprar o 1889 em qualquer outra livraria, pois o preço na Bienal estava o mesmo que o da livraria mais próxima, com a diferença de que eu não terei uma montoeira de gente se estapeando no mesmo lugar.



A Dupla Zepan & Zolan
Meu domingo foi praticamente todo jogado fora.  Com um barulho insuportável na minha "vizinha" comunidade, no sábado à noite, tomei 2 calmantes para dormir.  Só que acabei dormindo o domingo i-n-t-e-i-r-o, me levantei já eram 7 da noite e nem curti meu filhote e marido.  Existe um apartamento no 2º andar, onde a barulheira chega muito pouco e estamos estudando com muito amor ($) e carinho ($) as possibilidades de fazermos uma troca porque eu não acho bom viver como tenho vivido.  De uns tempos para cá até que o barulho não tem sido tão infernal, mas como eu estou traumatizada, aí, só me dopando para atravessar a noite e não é isso que eu quero para a minha vida, até porque não foi para isso que trabalhamos tanto para conseguirmos um lugar para morar.

Amor-a
O momento cuti-cuti e que salvou o domingo foram as lindas amoras colhidas pelo maridón, este homem quase santo, que me tolera com amor e carinho.  Ele e o filho, o tal do Davi, foram lá no pomar e cataram amoras bem pretinhas e deliciosas, e delas fiz uma geléia bem gostosa e que será devorada rapidamente.




Ficou parecida com açaí, mas está uma delícia.  A jabuticabeira este ano não mostrou seu poder e glória.  Uma pena...as jabuticabas estavam pequenas e foram poucas.


Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Amiga querida,a única oportunidade que tive de ir à Bienal foi quando meu filho ainda tinha 1 ano.Acabei descartando a ideia por achar meio inoportuno pelo fato do Enzo ser tão pequeno.Quem sabe algum dia,né?
    Vi que vc anda com problemas de vizinhos barulhentos.Amiga,eu também passo por isso.No meu caso é um bar que é do outro lado da rua da minha casa e eles colocam banda para tocar na calçada do estabelecimento de segunda a segunda,pode?É um inferno!Quem mora aqui no prédio,obrigatoriamente,tem que passar em frente para entrar em casa e há dias que a calçada está tão lotada que é mais fácil deixar o carro há uma quadra daqui e descer a pé.Este bar pertence ao Estádio da Ponte Preta (embora carioca,vc deve ter ouvido falar neste timinho de merda,me desculpe a expressão),que é ao lado e ninguém consegue ter resultado algum nas reclamações que fazemos em Prefeitura,Polícia,Guarda Municipal etc.
    Você não imagina o quanto eu sofro com isso,pois nos dias quentes (que ainda estão por chegar),temos que ficar de janelas fechadas para conseguir pelo menos ouvir a TV.Sem contar que somos todos obrigados a ouvir músicas que não é de nosso gosto,na altura que eles gostam e ainda na hora que eles querem.
    É,não tá fácil pra ninguém,viu?Espero que vc consiga sair daí o mais breve possível,assim como eu,pois já disse Paulo Coelho - "quando vc quer alguma coisa,todo o Universo conspira para que vc realize seu desejo."
    Força,amiga!Boa sorte sempre!Beijos

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  2. Minha amiga, tenho notado que esse problema com barulho tem sido frequente em muitos lugares e não entendo porque ficamos impotentes para resolvê-lo. Todos querem paz, só que parece que o egoísmo dos dias atuais está falando com o volume no último nível.

    Beijos e saudades de ti.

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